terça-feira, 26 de outubro de 2010

Reunificação da Alemanha

Vinte anos depois, diferenças ainda dividem o país

José Renato Salatiel*

Durante quase três décadas,a Alemanha viveu uma condição tão surreal que parecia digna de roteiro dos filmes alemães dos anos 1920, como O Gabinete do Dr. Caligari ou Nosferatu. Após os nazistas perderem a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), o país foi dividido em dois, com nomes, bandeiras, moedas, hinos, tudo diferente.


E, pior, quem estava de um lado da fronteira não podia atravessar para o outro para rever os parentes ou amigos. Os alemães do lado Leste, o "primo pobre", eram impedidos de sair por um muro de 155 km de extensão que cortava a capital, Berlim, ao meio.

O lado Oeste, rico e democrático, recuperou-se do fim da guerra, mas no outro, a situação ficou bem diferente. Faltavam artigos de primeira necessidade e o povo era oprimido por uma das polícias secretas mais eficientes do mundo, a Stasi.

A queda do Muro de Berlim (construído em 1961 e derrubado em novembro de 1989) foi um dos maiores eventos do século 20. Em uma noite, os alemães derrubaram o muro que cindia o país em dois, dando fim à Guerra Fria e início à queda dos regimes comunistas no Leste Europeu e ao mundo globalizado.

Onze meses depois, em 3 de outubro de 1990, ocorreu a reunificação da Alemanha, por meio de acordos. Nesta data, a antiga República Democrática Alemã (RDA), ou Alemanha Oriental, foi dissolvida e o território anexado à República Federal da Alemanha (RFA), ou Alemanha Ocidental, pondo fim à divisão do país.

Nascia, ali, a maior potência econômica da Europa, que, apesar disso, ainda luta para se reconciliar com o passado. Após 20 anos, a Alemanha permanece dividida econômica, social e politicamente. O Leste, da antiga RDA, continua defasado em relação ao Oeste, o que mostra que o processo de reunificação ainda não terminou.

Império Alemão

A Alemanha não existia antes de 1871. Após a derrota do imperador francês Napoleão Bonaparte , em 1815, o antigo Sacro Império Romano-Germânico foi dividido pelo Congresso de Viena em 39 Estados soberanos.

Em comum, esses povos compartilhavam a mesma raiz cultural e língua alemã, além da economia predominantemente agrária e política feudal. Os reinos dominantes eram a Prússia, governada pelos Hohenzollern, e a Áustria, dos Habsburgos.

A primeira tentativa de unificação dos reinos aconteceu em 1848. Neste ano, ocorreram revoltas populares por toda a Europa contra as monarquias absolutistas. Contudo, os monarcas da Prússia e da Áustria conseguiram se manter por mais tempo no poder, adiando a unificação.

Nos anos seguintes, foi o próprio governo da Prússia, mais desenvolvida e industrializada que a Áustria, que liderou o movimento de unificação. Para isso, foi fundamental o apoio de setores da burguesia.

Quando o rei Guilherme 1º assumiu o trono, em 1862, ele nomeou o primeiro-ministro Otto von Bismarck para iniciar o processo. Mas foram necessárias três guerras contra a Dinamarca, Áustria e França, ao fim das quais, em janeiro de 1871, Guilherme I foi coroado primeiro kaiser (imperador) do Império alemão (1871-1918).

O império unificou a Alemanha em um Estado moderno, como exceção da Áustria. Seguiu-se um período de expansão colonialista e crescimento econômico, que terminou com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Derrotada na guerra, a Alemanha sofreu uma revolução que depôs o imperador Guilherme II e proclamou a República de Weimar (1919-1933).

Porém, a situação do país era precária no pós-guerra, principalmente pelas condições impostas pelo Tratado de Versalhes. O ambiente, por outro lado, era propício para inflamar o sentimento nacionalista dos alemães, e, assim, levar ao poder o pa rtido nazista de Adolf Hitler , que desencadearia a Segunda Guerra Mundial.

Muro de Berlim

O fim da segunda guerra, mais uma vez, deixou a Ale manha derrotada e em ruínas. Em 1949, a nação foi dividida em duas áreas de regimes políticos e econômicos diferentes. O lado ocidental era controlado pelos Aliados, enquanto o lado oriental ficou com a antiga União Soviética. Berlim, a capital, também tinha seu lado ocidental e oriental.


Logo as divergências sociais entre as duas Alemanhas se tornaram evidentes. O Oeste capitalista progredia, ao passo que no Leste havia escassez de produtos e liberdade. Por isso, eram constantes as fugas de alemães para a parte ocidental.

Para conter as fugas foi construído, em 13 de agosto de 1961, um muro dividindo o país, transformando a RDA numa prisão para 17 milhões de alemães.

Já ao final dos anos 1980, a situação dos regimes comunistas era insustentável no Leste Europeu. Prevendo isso, o líder soviético Mikhail Gorbatchev (1985-1991) iniciou duas reformas, uma política (a glasnost), e outra econômica (a perestroika). As duas juntas levaram à dissolução da União Soviética em 1991.

Sem o apoio militar dos soviéticos para conter as revoluções, os governos comunistas na Europa começaram a cair um por um. Primeiro a Polônia, por meio de eleições gerais em 1988. No ano seguinte foi a vez da Hungria, com uma abertura promovida pelo próprio governo.

Com as fronteiras sendo abertas aos poucos, ficou impossível para a Alemanha Oriental sustentar o muro por mais tempo. Os protestos cresciam por todo país, até que, finalmente na noite de 9 de novembro de 1989, o muro veio abaixo.

Dissolução

No ano seguinte, em 18 de março, foram realizadas as primeiras eleições livres na RDA, com o tema da reunificação dominando os debates. A essa altura, o país já se esfacelava, o que obrigou o governo a fazer uma equiparação monetária, tornando o marco a moeda oficial também no Leste.

Foram assinados dois tratados antes da reunificação: um entre as Alemanhas e outro com as potências estrangeiras de ocupação, o Tratado "2 + 4", que devolvia ao país sua soberania. Em 3 de outubro de 1990, após votação na Câmara Popular, o governo da RDA reconheceu a dissolução do país e sua integração à República Federal da Alemanha.

Depois das comemorações, os alemães começaram a enfrentar as dificuldades. Era preciso integrar a população do lado oriental, que, sem qualificação, não conseguia emprego ou bons salários. Outro problema foi a ascensão de grupos neonazistas.

Hoje, o lado Leste ainda é mais pobre que o Oeste. De acordo com o governo, a renda anual per capta dos alemães da antiga RDA é quase 5 mil euros (R$ 11.550) menor. As taxas de desemprego também são maiores e os indicadores sociais, piores no antigo lado comunista. E mesmo a representação política no Leste, que possui um quinto da população, é menos expressiva. A sensação é de que a reunificação ainda não se completou.
RESUMÂO
Há 20 anos, em 3 de outubro de 1990, ocorreu a reunificação da Alemanha. Nesta data, a antiga República Democrática Alemã (RDA), ou Alemanha Oriental, foi dissolvida, e o território anexado à República Federal da Alemanha (RFA), ou Alemanha Ocidental, pondo fim à divisão do país.

Foram quase três décadas com o país dividido. O lado Oeste, sob controle dos Aliados, era rico e democrático, enquanto no Leste, dos comunistas, havia escassez de produtos básicos e vigilância pela polícia secreta. Para impedir a fuga de alemães para o lado Ocidental, foi construído o Muro de Berlim em 13 de agosto de 1961.

No final dos anos 1980, o líder soviético Mikhail Gorbatchev (1985-1991) iniciou reformas políticas e econômicas que levariam ao fim da União Soviética em 1991. Com a abertura do regime, o muro foi derrubado na noite de 9 de novembro de 1989. Em seguida, os alemães começaram a negociar a reunificação do país.

Passados 20 anos da reunificação, a Alemanha permanece dividida econômica, social e politicamente. O Leste, da antiga RDA, continua defasado em relação ao Oeste, o que mostra que o processo de reunificação ainda não terminou.

domingo, 24 de outubro de 2010

Unesp divulga locais de prova da primeira fase do vestibular 2011

Da Redação
Em São Paulo site UOL

A Unesp (Universidade Estadual Paulista) divulgou nesta sexta-feira (22) os locais de prova da primeira fase do vestibular 2011. O candidato pode fazer a consulta na internet ou pelo Disque Vunesp (11) 3874-6300, em dias úteis, das 8h às 20h.

Os locais de prova da segunda fase poderão ser conferidos a partir de 03 de dezembro.

Os exames da etapa inicial serão aplicados em 14 de novembro, das 14h às 18h30. A prova é composta por 90 questões objetivas. A segunda fase será realizada em 19 e 20 de dezembro, a partir das 14h, com 36 questões discursivas e uma redação em gênero dissertativo. Cada prova terá duração de 4h30.

Os candidatos aos cursos de arquitetura e urbanismo (Bauru), arte-teatro, artes visuais, design, educação artística, educação musical e música deverão realizar provas de habilidades específicas. As datas, horários e locais de prova poderão ser consultados a partir do dia 3 de dezembro.

O resultado está previsto para 3 fevereiro de 2010.

Concorrência

Medicina é o curso mais concorrido do vestibular 2011 da Unesp, com 128,9 candidatos por vaga. Em seguida aparecem as seguintes graduações: direito com 50,2 c/v, arquitetura e urbanismo com 40 c/v, engenharia civil com 35,2 c/v e engenharia de produção mecânica com 33,9 c/v.

Confira a relação candidato/vaga da UNESP 2011 aqui

A maior procura ocorre nas carreiras de biológicas, com média de 16,5 c/v. Exatas aparece a seguir, com 12,2 c/v e humanidades têm média de 9,7 c/v.

No total, a instituição recebeu 80.319 inscrições. Houve um aumento de 5% em relação ao vestibular realizado no final do ano passado, quando foram recebidas 76.518 inscrições.

Outras informações podem ser obtidas no manual do candidato ou pelo site da Vunesp

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dica Cultural

Danilo Gentili - politicamente incorreto

Nesse show o Danilo Gentili fala só de política.

Vale a pena http://danilogentili.zip.net/

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Unesp registra aumento de 5% no número de candidatos para vestibular 2011

Da Redação site UOL notícias
Em São Paulo

A Unesp (Universidade Estadual Paulista) aumentou em 5% o total de candidatos ao vestibular 2011, com 80.319 inscritos, em comparação aos 76.518 participantes do processo seletivo anterior, realizado no final de 2009.

O acréscimo de 3.801 candidatos é quase igual ao aumento no total de inscritos pelo convênio com a Secretaria da Educação e o Centro Paula Souza (este foi incluído a partir deste exame), com 22.454 candidatos neste ano, 3.445 a mais que no exame anterior, quando só participavam alunos da Secretaria.

A relação candidato/vaga será divulgada em breve. No ano passado, as carreiras mais procuradas foram medicina (129,2 candidatos por vaga),direito (55,5), arquitetura e urbanismo (36,7) e engenharia de produção mecânica (31,6).

A convocação para a primeira fase estará disponível para consulta nos sites da Unesp e da Fundação Vunesp, organizadora da seleção, a partir de 22 de outubro.

A prova está marcada para 14 de novembro, em 30 cidades paulistas e em quatro capitais (outros Estados e Distrito federal). O resultado da primeira fase também será publicado nos sites da Unesp e da Vunesp, em 3 de dezembro. A segunda fase será aplicada nos dias 19 e 20 de dezembro.

O calendário completo e as informações sobre os exames podem ser consultadas no manual do candidato, disponível nos sites de Unesp e Vunesp.

Mais informações:
Disque Vunesp – (11) 3874-6300 (dias úteis, das 8 às 20 horas)


Pré-Sal - Exploração Comercial vai começar

18/10/2010 - 16h41 site UOL Economia

Petrobras inicia até o fim do mês exploração comercial do petróleo do pré-sal

Vinicius Konchinski
Agência Brasil

A Petrobras inicia no fim deste mês a exploração comercial do petróleo da camada pré-sal. O presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, afirmou nesta segunda-feira (18) que as operações comerciais no Campo de Tupi devem começar entre os dias 27 e 28.

O anúncio foi feito após a inauguração de novas unidades da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP). A cerimônia contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo Gabrielli, a exploração experimental de Tupi começou em maio. Atualmente, são extraídos do campo cerca de 14 mil barris de petróleo por dia. Com o início da exploração comercial, a extração pode chegar a 100 mil barris por dia. “Claro que isso não será obtido logo no início, mas é a capacidade”, disse Gabrielli.

O presidente da Petrobras também falou sobre a queda no preço das ações da companhia verificada nos últimos meses. Segundo ele, o motivo foi a taxação dos investimentos estrangeiros imposta pelo governo para conter a desvalorização do dólar e não por desconfiança dos investidores no processo de capitalização da estatal.

"As ações caíram essencialmente no momento em que grandes investidores quiseram usar uma brecha da mudança do IOF [Imposto Sobre Operações Financeiras]", justificou. "Quando aumentou o imposto, existia a possibilidade de você vender os investimentos em ações, transformá-los em reais e comprar títulos de renda fixa. No momento em que isso foi alterado, as ações voltaram se recuperar."

sábado, 16 de outubro de 2010

China poderá reduzir meta de crescimento

“Inclusão”, “sustentabilidade” e “reestruturação industrial” deverão ser algumas das novas palavras de ordem que vão orientar as políticas do governo chinês para os próximos cinco anos, período no qual Pequim deverá buscar mais “qualidade” e menos “quantidade” em seu crescimento econômico.

O Plano Quinquenal para o período 2011- 2015 começou a ser discutido ontem na reunião anual do Comitê Central do Partido Comunista, que termina na segunda-feira. O documento dará as linhas gerais para a atuação do governo nesse período, com estabelecimento de prioridades e definição de metas específicas.

A mudança de tom poderá ser dada pela redução do crescimento projetado para o período, que sempre ficou abaixo do efetivamente alcançado. O plano em vigor prevê expansão anual de 7,5%, mas a partir de 2006 os índices foram de 11,6%, 13%, 9,6% e 9,1% _no primeiro semestre de 2010, ele ficou em 11,1%. A possibilidade de diminuição da meta de crescimento foi mencionada ontem pela agência oficial de notícias Xinhua. A economista-chefe do banco UBS na China, Wang Tao, espera que o documento reduza a estimativa de expansão anual de 7,5% para 7,0%, mas ressalta que o índice funciona mais como um piso do que como índice a ser perseguido pelo governo.

O novo plano repetirá o objetivo de reestruturação da economia chinesa, com o aumento do consumo doméstico e redução da dependência de investimentos e exportações. Apesar de essa questão ser discutida pelo menos desde 2004 e fazer parte do plano para 2006-2010, não houve avanços no padrão de crescimento chinês. Pelo contrário. A contribuição do consumo na formação do PIB diminuiu ano a ano a partir de 2000, enquanto a dos investimentos aumentou.

Para mudar esse modelo, o governo deverá adotar uma política mais agressiva de aumento da renda das famílias, que começou a ser colocada em prática nesse ano com a elevação do salário mínimo e da remuneração de trabalhadores em inúmeras fábricas ao redor do país. O aumento da renda deverá ser acompanhado de medidas para sua melhor distribuição e de programas de construção de casas populares, fortalecimento da precária rede de proteção social e desenvolvimento das regiões centro e oeste, que são as mais pobres do país.

“O crescimento econômico nas últimas três décadas foi obtido ao custo de consumo excessivo de energia e distribuição desigual de renda”, disse o cientista político da Academia Chinesa de Ciências Sociais Liu Shangying, em entrevista sobre o novo plano ao jornal oficial China Daily. “Se não for resolvido, o problema da disparidade de renda levará à desordem social”, ressaltou.

Wang Tao espera que o documento repita a meta de redução de 20% no consumo da energia necessária para produção de cada dólar do PIB, conceito chamado de “intensidade energética”. O princípio foi adotado pela primeira vez no plano de 2006-2010, mas parece pouco provável que o percentual de 20% será alcançado, apesar de a meta estar entre as que são “obrigatórias”. Até o fim de 2009, a China havia conseguido reduzir sua intensidade energética em 15,6%. Mas no primeiro semestre de 2010, o consumo por unidade do PIB aumentou 0,9% em vez de diminuir, o que levou o governo a determinar o fechamento de 2.000 fábricas em agosto, em uma tentativa de cumprir a meta energética.

Wang espera que a promoção de “novas indústrias” esteja no centro da estratégia econômica do novo plano, o que é coerente com o objetivo mais amplo de Pequim de reestruturar a economia e aumentar a “qualidade” do crescimento. Sem citar a fonte da informação, o jornal de Hong Kong South China Morning Post disse que o documento vai destinar 4 trilhões de yuans a investimentos nas regiões centro e oeste e no desenvolvimento de novos setores. O valor equivale hoje a US$ 600 bilhões e é idêntico ao pacote de estímulo adotado por Pequim em 2008 para combater os efeitos da crise econômica mundial.

A maior parte das indústrias que serão beneficiadas já foi definida pelo Conselho de Estado em setembro: conservação de energia e tecnologias ambientais, nova geração de tecnologia da informação, máquinas e equipamentos avançados, novas energias, novos materiais e carros elétricos.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Pré-sal

A camada pré-sal (que pode ter até 2 mil metros de espessura) é um gigantesco reservatório de petróleo e gás natural. No Brasil, pelas informações conseguidas até o início do século 21, está localizada na região litorânea entre os estados de Santa Catarina e Espírito Santo, cerca de 5 a 7 mil metros abaixo do nível do mar.

Mas como foi o lento processo que deu origem às bacias de petróleo no pré-sal?

A formação das reservas petrolíferas sob a camada de sal começou com o acúmulo de matéria orgânica no fundo de lagos de Gondwana, o supercontinente do sul que incluía terras da América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártida, e que existiu há mais de 130 milhões de anos.

Naquela época, com o início da fragmentação do continente Gondwana, formaram-se os lagos que, graças aos rios que neles desembocavam, recebiam grande quantidade de matéria orgânica animal e vegetal. Esses lagos eram profundos, possuíam baixo índice de oxigênio, e os sedimentos se acumularam sob as águas por aproximadamente 15 milhões de anos.

A separação entre a América do Sul e a África prosseguiu e, há 115 milhões de anos, com a entrada de água salgada, formaram-se pequenos mares. Estima-se que o clima, na época, era quente e árido, favorecendo a evaporação e a deposição de sal no piso dos golfos marítimos, ou seja, pequenas regiões do oceano. Essa deposição ocorreu por aproximadamente 5 milhões de anos e a camada orgânica existente acabou ficando presa abaixo do sal.

Há 110 milhões de anos os continentes se afastaram ainda mais. Formou-se um mar raso entre eles, com deposição de carbonato de cálcio que se seguiu por cerca de 10 milhões de anos. Da separação entre as placas tectônicas emergiu o magma, que acabou formando o solo submarino por cima da camada de sal e do material orgânico preso embaixo dessa camada.

Com a formação do oceano Atlântico, há cerca de 100 milhões de anos, ocorreu a sedimentação do solo oceânico. Os detritos dos antigos lagos foram ficando cada vez mais profundos, ocorrendo, então, aumento da temperatura. Isso acabou transformando a matéria orgânica aprisionada sob o sal em petróleo e gás natural.

Atualmente a camada de sal é impermeável, mas, através de fissuras que se formam entre elas, escapam quantidades de petróleo e gás que acabam alojadas no pós-sal (como as jazidas da Bacia de Campos).

Investimentos para exploração são altíssimos

No Brasil, a Petrobras sabe da existência da camada de pré-sal e a explora desde os anos 1960, mas em pontos pouco profundos. Só as tecnologias desenvolvidas entre o final do século 20 e início do 21 permitiram atingir o pré-sal, 7 km abaixo do piso oceânico.

Os técnicos da Petrobras ainda não conseguem estimar a quantidade total de petróleo e gás natural contidos na camada pré-sal. No Campo de Tupi, por exemplo, a estimativa é de que as reservas são de 5 a 8 bilhões de barris de petróleo.

Se forem confirmadas as estimativas da quantidade de petróleo da camada pré-sal brasileira, o Brasil poderá se transformar, futuramente, num dos maiores produtores e exportadores de petróleo e derivados do mundo. Os investimentos, porém, deverão ser altíssimos.

Acredita-se, portanto, que somente por volta de 2016 essas reservas estarão sendo exploradas em larga escala.
*Ronaldo Decicino é professor de geografia do ensino fundamental e médio da rede privada.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ludismo - saiba o que foi,

O ludismo foi um movimento social ocorrido na Inglaterra entre os anos de 1811 e 1812. Contrários aos avanços tecnológicos ocorridos na Revolução Industrial, os ludistas protestavam contra a substituição da mão-de-obra humana por máquinas. O nome do movimento deriva de um dos seus líderes, Ned Ludd.

Com a participação de operários das fábricas, os "quebradores de máquinas", como eram chamados os ludistas, fizeram protestos e revoltas radicais. Invadiram diversas fábricas e quebraram máquinas e outros equipamentos que consideram os responsáveis pelo desemprego e as péssimas condições de trabalho no período.

O movimento ludista perdeu força com a organização dos primeiros sindicatos na Inglaterra, as chamadas trade unions.

Trecho de uma canção ludista:

"Nós marchamos para realizar a nossa vontade
Com machado, lança ou fuzil
Meus valentes cortadores
Os que com apenas um só forte golpe
rompem com as máquinas cortadeiras"

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Inep começa a enviar cartões com locais de prova do Enem 2010 nesta segunda

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) começa a enviar nesta segunda-feira (4), via correio, os cartões de confirmação com os locais de prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010. Os cartões serão enviados até o dia 25 de outubro.

Segundo a assessoria de imprensa, a consulta pela internet ainda não tem uma data definida para ser liberada.

O exame acontece nos dias 6 e 7 de novembro. O cartão vai trazer informações sobre o local onde o inscrito realizará o exame, seu número de inscrição e sua senha de acesso aos resultados individuais, além da folha de leitura óptica para as respostas do questionário socioeconômico.

Os resultados do Enem 2010 devem ser divulgados até dia 15 de janeiro.

O que é o Enem

Organizado pelo Inep, o Enem 2010 conta com mais de 4,6 milhões de inscritos -- exatamente 4.611.441 candidatos são esperados para fazer o exame nos dias 6 e 7 de novembro.

As provas terão a mesma estrutura do ano passado. Vão abranger as áreas de linguagens e códigos, ciências da natureza, matemática e ciências humanas. O exame terá quatro provas objetivas de múltipla escolha, com 45 questões cada uma, e redação. A novidade este ano serão as questões de língua estrangeira (inglês ou espanhol) na área de linguagens e códigos.

No primeiro dia do exame, um sábado, serão aplicadas as questões de ciências da natureza e ciências humanas. A prova começa às 13h e vai até as 17h30. No domingo, das 13h às 18h30, será a vez de matemática, linguagens e códigos e da redação.