O país precisa quase dobrar o tempo de permanência da população dentro das salas de aula. Os brasileiros estudam, em média, apenas 7 anos. O ideal, sugerido pela ONU, é elevar a escolaridade para 13 anos.
O Brasil avançou, subiu quatro pontos no Índice de Desenvolvimento Humano, que mede a qualidade de vida da ONU. Mas, na educação, o nosso número ainda é de dar vergonha. O Brasil tem hoje a mesma média que o Zimbábue, o país com o pior desempenho do mundo.
Foram anos de dilema entre estudo e trabalho. À época da escola, a aposentada Geralda de Oliveira concluiu o quarto ano primário. Ainda jovem, ela foi atrás de um emprego para ajudar na renda da família. Trabalhou como empregada doméstica, operadora de caixa, e só conseguiu terminar o científico aos 34 anos de idade.
Agora aos 60, está determinada a investir em conhecimento e vai fazer uma faculdade.
“Eu ainda tenho um desejo, porque eu gostaria de ler e entender bem, fazer uma boa redação. Às vezes, eu ainda encontro alguma dificuldade, porque não tive estudo normal. Mas eu vou chegar lá”, aposta Geralda.
O pouco tempo do brasileiro na escola aparece no Índice de Desenvolvimento Humano, que mede a qualidade de vida dos países. O IDH é uma nota que varia de zero a um. Este ano, o índice no país ficou em 0,699.
O relatório traz um novo indicador de pobreza. Agora, ser pobre não significa apenas ter pouca renda, mas também não ter saúde e principalmente educação. E mais... O documento aponta que não basta matricular crianças e jovens na escola, os alunos têm que estar na série adequada.
“Eu acho que a gente pode e deve investir no Ensino Fundamental, no Ensino Médio. Cada faixa-etária tem o seu objetivo e interesse. Cabe a nós, professores e educadores, investir em todos os segmentos para obtermos uma qualidade de ensino digna de um Brasil maior”, destaca a especialista em educação Míriam Paúra.
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano, o Brasil precisa quase dobrar o tempo de permanência da população dentro das salas de aula. Os brasileiros estudam, em média, apenas 7 anos. O ideal, sugerido pela ONU para o nosso país, é elevar a escolaridade para 13 anos.
Zimbábue, o último do ranking, a média de escolaridade é de 7 anos. E o ideal pela ONU seria de 9 anos. Na Noruega que ocupa o primeiro lugar, a média de anos de escolaridade é de 12. Mas o recomendado é de 17 anos.
“A ambição de ter um sistema educacional melhor e mais justo fica mais evidente do que era antes. Antigamente, nós tínhamos apenas taxa de matrícula e alfabetização. Hoje, nós temos um modelo dentro do qual nós estamos esperando que as pessoas estudem mais e estudem mais com uma qualidade melhor. É isso que está sendo refletido no novo IDH”, aponta Flávio Comim, do programa das Nações Unidas para o desenvolvimento/PNUD.http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2010/11/brasil-avanca-no-idh-mas-tem-media-do-zimbabue-na-educacao.html
Um comentário:
...O país precisa quase dobrar o tempo de permanência da população dentro das salas..."
Temos de tomar cuidado com frases como a destacada. Permanecer dentro de sala de aula não significa objetivamente "estudar". O grande problema é que além de poucos anos na escola, estas tem se tornado um depósito de crianças pobres. Quem está dentro sofre para tentar mudar algo, mas quem está de fora parece tudo perfeito pois, afinal, as crianças estão na escola.
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