Além de cobrarem o conhecimento adquirido no ensino médio, os vestibulares podem utilizar fatos recentes - as chamadas atualidades - como "gancho" para abordar um conceito. Não são cobrados detalhes das notícias, tais como números ou acontecimentos específicos, mas sim o contexto em que elas estão inseridas, explica o professor Reinaldo Scalzaretto, do curso Anglo.
"Não terá uma pergunta do tipo 'em que país mataram o Osama Bin Laden', mas podem perguntar que mudanças podem ocorrer no contexto internacional" , exemplifica.
As provas de meio de ano, explica a professora Vera Lúcia Antunes do curso e colégio Objetivo, podem cobrar atualidades de maneira diversa. Provas maiores, como a da Unesp (Universidade Estadual Paulista), ficam prontas antes, portanto é difícil que caia algo muito recente.
Já processos seletivos mais específicos, como o da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas), ou aqueles voltados para cursos de jornalismo, como o da ESPM-SP (Escola Superior de Propaganda e Marketing), podem cobrar acontecimentos mais próximos do exame.
Apostas
A professora Vera Lúcia aponta os seguintes assuntos como apostas para os vestibulares de 2011:
- enchentes no Rio de Janeiro ocorridas no início do ano;
- terremoto e tsunami no Japão: pode ser cobrado o funcionamento das placas tectônicas e o país também pode virar tema de questões. "Podem vir questões bastante interessantes a partir daí", ressalta Vera;
- China: com a visita da presidente Dilma Roussef ao país, a China e os países chamados "Brics" (Brasil, Rússia, Índia, China e, mais recentemente, África do Sul) podem cair nas provas;
- religião muçulmana e sua importância na África e no Oriente Médio;
- Israel e a Palestina;
- movimentos no norte da África e no Oriente Médio;
- Afeganistão e o Taleban;
- abertura econômica de Cuba;
- dados do último censo brasileiro;
- energia nuclear e o "aniversário" de 25 anos do acidente nuclear em Chernobil, na Ucrânia.
Grandes temas
O professor Scalzaretto aponta três temas que são comuns todos os anos:
- questão ambiental: "Dentro da questão ambiental tem um monte de pequenos assuntos que podem ser cobrados de maneira diferente, tais como aquecimento global, desmatamento e calota polar", diz.
- janela demográfica: "O Brasil está chegando em um momento histórico em que vamos chegar no maior número de população ativa. Esse intervalo de hoje até 2024 é conhecido como 'janela demográfica'; é um momento em que temos um equilíbrio da população. Vários países aproveitaram isso para crescer economicamente, tais como a Coreia do Sul. A china está passando por isso e está aproveitando muito bem. É um assunto quente, difícil, complexo, e vale a pena estudá-lo", explica.
- problemas urbanos: "Todo ano cai problemas urbanos nos vestibulares - enchentes, favelamento, deslizamento de morro, ocupação de áreas de risco etc. A partir de uma foto ou matéria de jornal, é elaborada uma questão", comenta.
Apesar de não serem cobrados detalhes factuais do noticiário, o professor recomenda a leitura de jornais, mas com sabedoria. "Vai ler jornal? Legal, mas tem que saber o que ler e como ler; a leitura tem que ser regida pelo vestibular", diz. Ele explica que o estudante deve observar as notícias que tem relação com o que é ensinado no colégio e aquelas que estão em pauta por muitos dias. "Não adianta ficar lendo duas horas sem saber o que ler", completa.
site: UOL
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