sexta-feira, 29 de junho de 2012

Nudez e protestos Seios nus viram arma política


Desde o início dos protestos de egípcios na Praça Tahrir, do Ocupe Wall Street, nos Estados Unidos, e dos Indignados, na Espanha, nenhuma imagem se tornou mais popular nos meios de comunicação do que as ativistas ucranianas do Femen.

Loiras, jovens, bonitas, maquiadas e de seios à mostra, as integrantes do grupo popularizaram a nudez como forma de manifestação e deram um novo rosto ao feminismo no século 21.

Críticos, no entanto, dizem que elas esvaziaram o protesto ao exporem o corpo feminino ao voyerismo e à pornografia das redes de comunicação, incentivando justamente aquilo que pretendem combater. O fato é que conseguiram chamar a atenção e se tornaram uma "marca" internacional.

No mais recente protesto, uma manifestante do Femen, seminua, tentou roubar a taça da Eurocopa 2012 em um evento promocional em Kiev, capital da 
Ucrânia. Os jogos serão realizados em junho no país e na vizinha Polônia.

Para o coletivo feminista, a competição incentivará o turismo sexual e a prostituição na Ucrânia, negócios clandestinos que estão entre os principais alvos das "guerreiras de topless". A campanha contra os jogos tem o slogan "A Ucrânia não é um prostíbulo".

Como em todas as ousadas manifestações do grupo, essa terminou com a manifestante presa e mais processos na Justiça.

Foram vários atos desde a criação do grupo em 2008. Com a bandeira de lutar contra o sexismo e a tradição patriarcal, as ativistas defendem causas tão abrangentes quanto a legalização do aborto e a punição aos responsáveis pela crise econômica.

Na Ucrânia, foram às ruas de Kiev contra a prostituição, o turismo sexual, o casamento arranjado pela internet e o estupro e morte de uma jovem de 18 anos (ocorrido em março). Na Rússia, engrossaram o coro contra a eleição do presidente 
Vladimir Putin; na Bulgária, investiram contra a violência doméstica; na Itália, o alvo foi o ex-premiê Silvio Berlusconi; e, em Paris, o motivo da fúria foi o ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, acusado de estupro.

Apesar de belas e vestindo adereços delicados - como a típica grinalda ucraniana de flores -, as meninas são incisivas. As performances incluem cartazes exibindo frases agressivas, xingamentos, palavrões e resistência à prisão. Tudo registrado por fotógrafos e cinegrafistas de jornais, agências de notícias e TVs de todo o mundo.

O Femen (de fêmur em latim, palavra que alude a feminismo e à força) foi fundado por jovens universitárias ucranianas com idades entre 18 e 20 anos. O coletivo possui hoje 300 filiados e cerca de 40 ativistas que, mais atraentes, fazem topless. A fonte de renda provém de doações individuais e da venda de produtos como camisetas, bolsas, canetas e até pinturas feitas com os seios.
Prostituição
A Ucrânia é um país da Europa Oriental que faz fronteira com a Rússia, a Polônia e a Hungria. No século 20, o país ficou quase 70 anos sob o controle soviético, até reconquistar a independência em 1991, após a queda do Muro de Berlim.

As mulheres ucranianas possuem direitos constitucionais iguais aos dos homens e muitas sustentam suas famílias. A população feminina corresponde a 54% da população (estimada em 45,8 milhões de habitantes) e 45% da força de trabalho. Mais de 60% das ucranianas possuem formação superior. Apesar disso, as mulheres são 80% do total de desempregados no país.

Assim como a maior parte do continente, o país teve a economia atingida pela crise de 2008. Sem emprego ou recursos para custear os estudos, jovens foram atraídas para a prostituição. A prática é ilegal na Ucrânia, mas o governo faz vistas grossas. De acordo com o Instituto Ucraniano de Estudos Sociais, havia, em 2011, 500 mil mulheres trabalhando como prostitutas no país, a maioria na capital.

O Femen surgiu neste contexto e redefiniu o feminismo na Europa, que possui uma longa tradição de luta por direitos das mulheres. Nos anos 1920 foi fundada na própria Ucrânia uma das maiores organizações feministas do continente europeu, a União das Mulheres Ucranianas. Durante o período do regime soviético, o feminismo foi sufocado na Europa Oriental.

Entre os novos grupos feministas europeus, o Femen se destacou por usar o corpo feminino como uma forma de chamar a atenção da imprensa internacional. O sucesso fez com que a organização abrisse "filiais" em países como Estados Unidos, Japão, China e Brasil.

Mais do que um movimento respeitado, se tornaram ícones na cultura rebelde, assim como as feministas que queimavam sutiãs nos anos 1960. Críticas, porém, apontam o risco de elas se tornarem vítimas da própria criatividade: será que suas mensagens conseguem ir além de um par de belos seios que vendem jornais e geram audiência para as TVs?
José Renato Salatiel

segunda-feira, 18 de junho de 2012

FESTA JUNINA COEDUCAR 2012

Não basta ser professor... tem que pagar mico.
Eu e a Loira do Banheiro - Aula de Sexta pré festa Junina

TERCEIROS QUE VÃO DEIXAR SAUDADE




com a turma do 2º

domingo, 17 de junho de 2012

Rio+20 Conferência da ONU debate futuro do planeta

Começou no dia 13 de junho a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A cúpula vai discutir um conjunto de metas para conciliar, nas próximas décadas, o crescimento econômico com a preservação do meio ambiente.



A conferência, que acontece até 22 de junho no Rio de Janeiro, reúne chefes de Estado, diplomatas, empresários e integrantes da sociedade civil (ONGs, universidades etc.). Ela é considerada o maior evento promovido pela ONU.

A Rio+20 – chamada assim em homenagem aos 20 anos de realização da Rio-92 (ou Eco-92) – apresentará, ao final dos debates, um documento que reafirmará os compromissos estabelecidos em protocolos como a Agenda 21.

Há décadas cientistas alertam para os efeitos da poluição e o esgotamento de recursos naturais, como a água doce. Num futuro próximo, mudanças drásticas no clima poderão levar à extinção de um terço de todas as espécies conhecidas no planeta.

população mundial, que hoje é de 7 bilhões, atingirá a marca de 9 bilhões em 2050. Com isso, a produção de alimentos terá que aumentar em 70%. Hoje, quase um bilhão de pessoas passam fome todos os dias.

Mas como promover o desenvolvimento da economia (e, assim, reduzir os índices de exclusão social) sem agredir a natureza? Isso demanda novos modos de produção que substituam o modelo atual, baseado em petróleo. É a chamada economia verde, um dos principais temas em discussão na Rio+20.

Economia verde é aquela baseada na baixa emissão de gás carbônico e no uso mais inteligente dos recursos naturais. A proposta é conservar os avanços científicos e econômicos do capitalismo e, ao mesmo tempo, empregar estratégias que reduzam os impactos ambientais.

Na prática, isso consiste em mudança de hábitos: nas cidades, economizar energia e reciclar o lixo; nos campos, harmonizar interesses da agropecuária com a preservação de florestas; nas indústrias, investir em energias alternativas, como a solar e a eólica.

Para isso é preciso o comprometimento também dos governos. Como fazer, por exemplo, que um pecuarista deixe de desmatar uma floresta para alimentar seu rebanho? É necessário regulamentação e fiscalização do setor.
 

ONU “verde”

E em um nível global? Como fazer com que países mudem a conduta? Para resolver essa questão, a Rio+20 discutirá a estrutura institucional, que trata da organização entre países para que cumpram leis, acordos e protocolos da economia verde.

Uma das propostas mais polêmicas, nesse sentido, é a criação de uma Organização Mundial do Meio Ambiente, ou seja, uma ONU para assuntos ambientais.

Apesar de haver um consenso sobre a necessidade da conservação dos ecossistemas, não é uma tarefa tão simples convencer países ricos a refrearem suas economias. Ainda mais em um contexto de recessão pós-crise econômica de 2008.

De 200 parágrafos do acordo, dois terços estão em aberto. Além disso, a pauta é extensa para poucos dias de debates.

Um exemplo de desacordo é aquele que envolve os Estados Unidos e a China. Essas potências econômicas são também as sociedades mais consumidoras e poluidoras do planeta. Desse modo, a efetivação das políticas de desenvolvimento sustentável depende da participação de americanos e chineses.

Só que, em razão da competição entre ambas as nações, o acordo torna-se difícil: a China é resistente a qualquer medida que retarde seu crescimento, e os Estados Unidos, por sua vez, rechaça qualquer proposta que favoreça o adversário comercial.

O Brasil se destaca nas questões de desenvolvimento sustentável, pois possui energia limpa em abundância, a maior reserva de água potável do planeta e campos férteis. A redução das taxas de desmatamento da Amazônia e dos índices de pobreza são pontos favoráveis, mas medidas como o estímulo à indústria automotiva e a euforia com a exploração da camada pré-sal estão na contramão da agenda da Rio+20.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

VÍDEO EXPLICATIVO SOBRE A RIO+20

VÍDEO EXPLICATIVO SOBRE A RIO+20

Fuvest recebe pedidos de isenção de taxa para o vestibular 2013 a partir desta segunda


A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), que seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo) e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, recebe a partir desta segunda-feira (11) as inscrições para isenção e redução de taxa do vestibular 2013. Os pedidos devem ser feitos pelo site da instituição, mediante cadastro com CPF e senha pessoal. 
Para solicitar o benefício, o candidato deve comprovar, por meio de documentos:
  • Ter realizado todo o ensino médio em escola pública do Brasil;
  • ter realizado os dois primeiros anos do ensino médio em escola pública do Brasil e estar matriculado no 3º ano do ensino médio, em escola pública do Brasil, em 2012;
  • ter renda familiar que não ultrapasse os padrões estabelecidos pelos critérios socioeconômicos definidos pela SAS/USP (Superintendência de Assistência Social da Universidade de São Paulo);
  • candidatos do 2º ano devem apresentar declaração de matrícula no 2º ano do ensino médio em escola pública do Brasil, em 2012;
  • residência no Brasil.

De acordo com a deliberação do Conselho Curador da Fuvest, o candidato que deseja a isenção total da taxa deve ter renda individual (no caso de ser responsável pelo próprio sustento e residir sozinho) ou esteja integrado em uma família com renda máxima correspondente a R$ 809 por indivíduo pertencente ao domicílio e que, para atingir 50% de redução na taxa, esses valores serão de R$ 809,01 até o máximo de R$ 1.555. Para a solicitação de redução de 50% do valor da taxa de inscrição o requerente deve ter renda individual de, no máximo, R$ 1.244.
As cópias dos documentos solicitados (confira relação aqui) e a ficha do SAS/USP, emitida ao término da inscrição pela internet, devem ser enviadas para a Fuvest, via correio registrado, até o dia 6 de agosto. Confira o endereço para postagem:
Código 01
FUVEST – Fundação Universitária para o Vestibular
Rua Alvarenga 1945/1951 – Butantã
05509-004 - São Paulo – SP

O resultado final será divulgado no dia 20 de agosto. Todos os candidatos, beneficiados ou não, deverão realizar a inscrição no vestibular, entre os dias 24 de agosto e 10 de setembro.

 

Provas

As provas do vestibular 2013 da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), que seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo) e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, serão realizadas nos dias 25 de novembro (1ª fase) e de 6 a 8 de janeiro de 2013 (2ª fase). O calendário foi divulgado nesta terça-feira (17).

Calendário da Fuvest 2013

Divulgação do manual do candidato01/08/2012
Inscrições24/08/2012 a 10/09/2012
Prova de habilidades específicas antecipadas para música/SP e artes visuais14/10/2012 a 19/10/2012
Aprovados na prova de habilidades específicas05/11/2012
Locais do exame da 1ª fase19/11/2012
1ª Fase25/11/2012
Convocados e locais de exame da 2ª fase17/12/2012
2ª Fase06/01/2013 a 08/01/2013
Prova de habilidades específicas09/01/2013 a 11/01/2013
1ª chamada02/02/2013
O manual do candidato será divulgado no dia 1º de agosto. As inscrições acontecem entre 24 de agosto e 10 de setembro. A primeira chamada está prevista para 2 de fevereiro de 2013. Confira o calendário completo do vestibular 2013 da Fuvest.

As informaçoes foram fornecidas pela instituiçao e podem ser alteradas por ela sem aviso prévio. É recomendável confirmar datas e horários no site oficial.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Comissão da Verdade Grupo investigará crimes da ditadura


A presidente Dilma Rousseff (PT) assinou no último dia 16 o decreto que instala a Comissão da Verdade. O órgão examinará violações dos direitos humanos ocorridas durante o período da ditadura militar no Brasil. O Brasil é o último país da América Latina a criar esse mecanismo de justiça.


O grupo é formado por sete integrantes que terão um prazo de dois anos para investigar os casos. Ao final, eles elaborarão um relatório que apontará as circunstâncias e os responsáveis por torturas, mortes e desaparecimentos de presos políticos no país.

Apesar disso, a Comissão da Verdade não tem caráter punitivo, uma vez que a Lei da Anistia, de 1979, impede que os acusados sejam julgados por crimes cometidos na época. Em abril de 2010, o Supremo Tribunal Federaldecidiu que a lei não pode ser alterada para que militares suspeitos de tortura ou integrantes da luta armada (acusados de atos terroristas) sejam processados.

Os trabalhos abrangem o período de 1946 a 1988. Esse intervalo inclui o fim do Estado Novo e a eleição de Eurico Gaspar Dutra, em 1946, que deu início a uma repressão contra movimentos sociais; e a ditadura militar, iniciada com o Golpe de 1964 e encerrada com a eleição de Tancredo Neves (1985) e a publicação da Constituição de 1988.

Na cerimônia de posse, a presidente se emocionou e negou o “revanchismo”. Ela se referia ao fato de que políticos de esquerda, perseguidos durante o regime militar, governam o país desde a eleição do petista Luís Inácio Lula da Silva.

Em 2009, Lula sancionou o Programa Nacional dos Direitos Humanos, que previa a instalação da Comissão da Verdade. A própria Dilma é ex-presa política e ex-militante do grupo radical de esquerda VAR-Palmares, cujos integrantes participaram da luta armada contra os governos militares. A comissão é vinculada à Secretaria dos Direitos Humanos.
 

Desaparecidos

O foco dos trabalhos serão os desaparecidos políticos. De acordo com o dossiê Direito à Memória e à Verdade, publicado em 2007, há 150 casos de desaparecidos políticos no país. São opositores da ditadura que foram presos ou sequestrados por agentes do Estado, nos anos 1970 e 1980, e que desapareceram sem deixar qualquer registro de suas prisões.

Há casos famosos como o do deputado Rubens Paiva, pai do escritor Marcelo Rubens Paiva. Ele foi preso em sua casa, no Rio de Janeiro, em 20 de janeiro de 1971. O corpo do político nunca foi encontrado pela família.

O relatório final da Comissão será encaminhado a autoridades para que, com base nas informações obtidas, seja possível localizar e identificar os corpos. Para isso, integrantes do órgão terão acesso a arquivos oficiais e poderão convocar para depor – ainda que não em caráter obrigatório – pessoas envolvidas nos episódios examinados.
 

Pressão

A Comissão da Verdade foi aprovada no Congresso e instaurada pelo governo, em parte, por causa da pressão internacional.

Em 2010 o país foi condenado na Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) pelo desaparecimento de 62 presos políticos na Guerra do Araguaia (1972-1974). A ação foi movida por parentes das vítimas.

Houve também pressão doméstica. Nos últimos anos, familiares de mortos e desaparecidos políticos conseguiram direitos a reconhecimento das mortes pelo Estado e a indenizações. Mas eles querem saber a situação em que os parentes foram mortos e onde estão os restos mortais. Militares que participaram das operações nunca divulgaram o local em que os corpos foram enterrados.

O debate a respeito da comissão foi marcado pela polêmica. Familiares e ativistas acreditam que a medida será inócua, pelo fato de não poder punir os responsáveis por crimes. Já militares temiam a reabertura de casos e acreditam que os trabalhos serão tendenciosos, em razão da simpatia ideológica dos integrantes da Comissão, em sua maioria, de esquerda. O prazo curto de análise, de dois anos, também é criticado por especialistas.
 

Julgamentos

Na América Latina, oficiais das Forças Armadas e até ex-presidentes foram julgados, condenados e presos pelo desaparecimento de opositores do governo após os trabalhos das Comissões de Verdade, estabelecidas nos anos 1990.

Diferentemente do Brasil, em países como Argentina, Chile, Peru e Uruguai as leis de anistia não impediram a realização de julgamentos. Isso aconteceu porque as leis foram revogadas ou porque os crimes de desaparecimento foram interpretados como crimes “em continuidade”, não contemplados pelas anistias.

Na Argentina duas leis de anistia foram anuladas em 2003. No Chile, a nova interpretação da Suprema Corte, em 2004, fez com que mais de 500 pessoas fossem levadas ao tribunal.

A primeira Comissão da Verdade foi instaurada em Uganda, em 1974, durante a ditadura de Idi Amin. Até 2010, de acordo com a cartilha “A Comissão da Verdade no Brasil”, havia 39 comissões em atividade no mundo.