segunda-feira, 29 de junho de 2009

Guerra no Afeganistão

As armas da diplomacia contra o terror

A luta contra o terrorismo internacional ganhou um endereço fixo: Afeganistão, nação pobre, devastada por 30 anos de ocupação estrangeira e que se tornou refúgio de Osama Bin Laden, o terrorista mais procurado do mundo.

O país também foi eleito o cenário da "guerra de Obama", desde que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, redirecionou esforços militares para a região, do mesmo modo que George W. Bush, seu antecessor na Casa Branca, fez com o Iraque.

Graças à recente incursão diplomática de Obama no continente europeu, a campanha recebeu apoio importante dos países integrantes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que enviarão mais 5.000 soldados para sufocar a rede terrorista Al Qaeda e conter o grupo radical islâmico Taleban. Hoje, a Otan mantém no país cerca de 70 mil soldados, mais da metade norte-americanos.

A guerra no Afeganistão foi o principal tema da reunião de cúpula da Otan, realizada nos dias 3 e 4 de abril de 2009 na França e na Alemanha. Na prática, os países europeus que compõem a aliança ratificaram o projeto dos Estados Unidos de "pacificação" do país asiático por meio da reconstrução social.

Dado o histórico e a geopolítica da região, a tarefa não será nem rápida nem tão simples assim.
O que é a Otan
A Otan é uma organização militar internacional criada há 60 anos, em 4 de abril de 1949, durante a Guerra Fria, com a finalidade inicial de impedir o avanço do comunismo na Europa. Inicialmente, era formada por 12 países. Com as recentes adesões de Albânia e Cróacia, conta hoje com 28 nações.

Na época, o mundo estava dividido em dois blocos econômicos e militares distintos: o bloco capitalista, representado pelos Estados Unidos, e o socialista, da antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), países que saíram fortalecidos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Temendo a influência dos soviéticos sobre a Europa, os governos ocidentais uniram forças.

Mas foi somente com o fim da Guerra Fria que ocorreram as intervenções bélicas da Otan, primeiro na ex-Iugoslávia, para impedir o massacre da população albanesa de Kosovo, em 1999, e depois em 2006, quando as forças de coalizão assumiram a segurança em Cabul, capital afegã.

Ópio e terror
O século 20 deixou marcas indeléveis no Afeganistão, essenciais para entender o mundo contemporâneo, além de exemplos de como políticas equivocadas podem trazer problemas de difíceis soluções para gerações futuras.

O Afeganistão é um país localizado na Ásia central e que faz fronteira com Paquistão, Irã e China, entre outros países. Possui estimados 32,7 milhões de habitantes, 70% vivendo com menos de US$ 1 por dia.

O país é constituído por diferentes tribos e grupos étnicos, o que torna difícil a centralização do poder. Por esta razão, tem na religião islâmica (80% sunitas e o restante xiitas) o único elemento aglutinador da sociedade.

A atividade econômica primária é a agricultura, apesar de somente 10% das terras, desérticas e montanhosas, serem cultiváveis. A maior renda vem do ópio (matéria prima da heroína), que concentra 93% da produção mundial e corresponde a 30% do PIB (Produto Interno Bruto) do Afeganistão.

Atualmente, 16 das 34 províncias cultivam a papoula, planta da qual se extrai a substância. A produção, que quase quintuplicou desde a ocupação americana em 2001, é uma das principais fontes de renda do Taleban.
Rússia e CIA
No final dos anos 1970, a posição estratégica colocou o Afeganistão no centro da disputa ideológica da Guerra Fria. Uma sucessão de golpes de Estado terminou com o fim da neutralidade, até então preservada em relação ao conflito.

A deposição de um presidente alinhado com Moscou, em 1979, motivou a invasão das tropas soviéticas. A ocupação duraria até 1989, deixando milhares de mortos e prejuízos de bilhões de dólares.

Durante esse período, os russos enfrentaram a resistência dos mujahedin (combatentes islâmicos), que contavam com apoio financeiro e militar da CIA, o serviço secreto norte-americano. De certa forma, o Taleban é fruto da política externa norte-americana.

Quando o exército vermelho finalmente desocupou Cabul, o governo perdeu a sustentação e, no início dos anos 1990, o país foi assolado por uma guerra civil entre facções rivais. Nesse clima de insegurança, o Taleban, um grupo de jovens religiosos refugiados no Paquistão, assumiu o poder em 1996.

Bin Laden
O Taleban só se tornou uma ameaça aos Estados Unidos dois anos depois, quando a rede Al Quaeda, de Osama Bin Laden, foi responsabilizada pelos atentados às embaixadas americanas em Quênia e Tanzânia, que deixaram 224 mortos.

Após o massacre, o grupo islâmico passou a abrigar o terrorista. Para pressionar Cabul a entregar Bin Laden, a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou um embargo econômico, ao mesmo tempo em que Washington autorizou bombardeios ao território afegão.

Finalmente, com os ataques de 11 de Setembro, em 2001, os Estados Unidos ocuparam a capital e depuseram o governo dos talebans, que buscaram abrigo nas montanhas.

Apesar do governo constituído em 2004 com apoio da Casa Branca - Hamid Karzai foi eleito com 55% dos votos para um mandato de cinco anos -, os extremistas islâmicos controlam hoje cerca de 70% do território afegão.

Desafios
O objetivo de Barack Obama é reestruturar a economia e a política de Cabul, preparando o país para a retirada das tropas americanas. Para isso, autorizou o envio de mais 4.000 homens, além de 17 mil previstos, para os próximos meses.

Com mais o efetivo da Otan, o plano é treinar o exército afegão, mal remunerado e despreparado, para manter o domínio sobre os talebans. Também foi anunciado o envio de verbas para o Paquistão combater focos terroristas.

Há dúvidas, entretanto, se os recursos serão suficientes para trazer estabilidade a um país que há décadas só conhece a guerra e que não parece disposto a abrir mão nem da fé de grupos extremistas nem da produção de ópio.

Outro desafio é enfrentar a complexa geopolítica da região, que vai obrigar os Estados Unidos a afinarem a diplomacia, por exemplo, com um arquiinimigo como o Irã.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Inscrição para isenção de taxa da Fuvest 2010 começa nesta quinta-feira

A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular da USP) começa a receber nesta quinta-feira (25) os pedidos de isenção total ou parcial de taxa do vestibular 2010. A inscrição deve ser feita pelo site até o dia 10 de agosto.

Após a inscrição online, o candidato deve enviar para a Fuvest, por carta registrada, os documentos exigidos pedidos no edital para a comprovação da situação socieconômica e a ficha emitida ao término da inscrição. O endereço para envio é: Fuvest - Fundação Universitária para o Vestibular - Rua Alvarenga, 1945-1951, Butantã, CEP 05509-004, São Paulo, SP. Os documentos também podem ser entregues nos campi da USP durante os dias de inscrição nos postos da Coseas. A documentação deve ser postada até 10 de agosto.

Os postos da Coseas (Coordenadoria de Assistência Social da USP) terão computadores disponíveis para a inscrição (em caso de dificuldade de acesso a algum candidato) em todos os campi da USP, neste sábado (27) e no domingo (28). Serão disponibilizados micros também nos dias 4 e 5 de julho e 1, 2, 8 e 9 de agosto, das 8h às 17h.

Critérios para isenção
A avaliação econômica será realizada da seguinte maneira: a Coseas realizará uma triagem a fim de verificar se o formulário para solicitação de isenção encontra-se preenchido corretamente. Após essa verificação, os pedidos serão classificados de acordo com os seguintes critérios: renda por pessoa da família e demais itens constantes no questionário socioeconômico.

Para conseguir isenção, o candidato deve residir no Brasil e ter estudado ou estar estudando em escola pública e ter renda individual ou familiar per capita máxima de até R$ 605 (no caso de isenção total) ou de R$ 605,01 até o máximo de R$ 1.163 para ter 50% de redução na taxa. A qualquer momento, a Divisão de Promoção Social da Coseas poderá efetuar visita domiciliar à família do solicitante, como instrumento adicional de avaliação da situação socioeconômica do requerente.

A divulgação dos selecionados será feita em 23 de agosto. Os candidatos habilitados ou classificados devem se inscrever no vestibular de acordo com as normas que serão divulgadas pela Fuvest.

sábado, 20 de junho de 2009

Imigrantes e o trabalho escravo

A partir da década de 90 tanto Brasil quanto Argentina passou a ser destino de migrantes vindos de países onde as condições de vida são muito baixas como Peru, Paraguai e principalmente a Bolívia. Com a crise econômica que atingiu a Argentina no final dos anos 90 o Brasil tornou-se então principal destino desses imigrantes que em geral são ilegais

Em São Paulo estima-se que existam mais de 600 mil imigrantes latinos-americanos que vivem em situações altamente degradantes. Estes imigrantes são atraídos por empresários inescrupulosos para trabalharem em sua fábricas. A grande maioria trabalham em fábricas de confecções e ganham salários miseráveis, alimentação ruim, jornada de trabalho acima do permitido, local de trabalho em becos escondidos da fiscalização do trabalho etc.

É importante perceber que essa realidade ocorre devido a grande competitividade do setor no mercado mundial, e das indústrias na Ásia utilizarem mão-de-obra também com baixissima remuneração por isso muitas empresas atraem esta mão-de-obra barata e sem documentação regular para baixar seus custos e produzir confecções a ponto de competir no mercado de forma desigual.

Essas duas reportagens retratação essa situação:



terça-feira, 16 de junho de 2009

GM e o pesadelo americano

O declínio da indústria automobilística nos Estados Unidos chegou a uma situação dramática no último dia 1º de junho quando a General Motors (GM), símbolo empresarial da maior potência econômica do planeta, pediu concordata para evitar a falência.

Encolhidas pela crise econômica mundial, as "Três Grandes de Detroit" - GM, Ford e Chrysler -, antes sinônimos da indústria norte-americana no século 20, hoje mais parecem dinossauros diante da revolução dos carros "verdes" asiáticos, mais baratos e menos poluentes.

Das três companhias, somente a Ford, segunda maior montadora do país, ainda não enfrenta o fantasma da extinção. A terceira, a Chrysler, já havia pedido concordata em abril e, agora, vai ser comprada pela italiana Fiat.

A queda do império das montadoras começou em 2008 com a crise financeira que afetou o crédito e o consumo nos Estados Unidos. Sem dinheiro no bolso e não conseguindo mais financiamentos, o americano deixou de comprar carros, provocando queda nas vendas.

Reduções no faturamento

Segundo o último balanço, em maio deste ano as vendas na GM caíram 30% em relação ao ano anterior, enquanto a Chrysler e a Ford tiveram reduções em 47% e 24% no faturamento, respectivamente.

Como resultado, o setor anunciou demissões, cortes na produção e fechamento de fábricas. Além disso, as empresas também enfrentam dificuldades para conseguir crédito, saldar dívidas e ainda pagar aposentadorias e planos de saúde de milhares de ex-funcionários.

Para evitar que fossem à falência, o Tesouro no
rte-americano injetou quase US$ 30 bilhões (R$ 58 bi) dos contribuintes na GM e na Chrysler, ao mesmo tempo em que estabeleceu um prazo para que se recuperassem.

A falência traz risco de perda de milhares de empregos (até 2,5 milhões somente nos Estados Unidos), queda na arrecadação de impostos e o colapso de inúmeras fabricantes de autopeças e revendedoras de automóveis.

Mas a sangria nos cofres públicos não impediu a q
uebra de ambas as companhias. Na situação atual, as fábricas continuam operando - alimentadas pelo soro de Washington -, mas não passam de uma mera lembrança dos tempos em que reinavam soberanas.

Modo de vida americano

O século 20 foi o século da indústria automotiva. A GM, fundada em 1908, foi a maior fabricante de carros do mundo de 1931 até 2008, quando perdeu o posto para a japonesa Toyota.

Quando Henry Ford (1863-1947) criou a Ford e
m 1903, inovou com a linha de montagem, em que cada grupo de funcionários fabricava uma peça, acelerando a produção de carros simples e baratos para a classe média. O carro tornou-se o sonho de consumo da família americana.

Junto com a Chrysler, inaugurada em 1925 por um ex-diretor da GM, as gigantes sobreviveram à crise de 1929, que dizimou outras empresas do ramo automobilístico no país. Com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial (1939-1
945), voltaram os esforços para a fabricação de veículos bélicos, ajudando os Aliados a vencerem a guerra.

No período pós-guerra, o Estado patrocinou a construção de uma imensa malha viária, contribuindo para a expansão da indústria. Juntas, as três fabricantes passaram a controlar 94% do mercado automotor do país, mantendo o oligopólio até a chegada das concorrentes japonesas, Honda e Toyota, nos anos de 1970.


Nos anos de 1990, o mundo já dava sinais de que o cenário não seria mais favorável para o modelo de negócios que a GM representava. O aumento do preço do petróleo, o caos no tráfego nas grandes cidades e, principalmente, os danos causados pelo aquecimento global, exigiram mudanças drásticas no setor automotivo.

O destino da GM

O pedido de concordata da General Motors é considerado, historicamente, a terceira maior quebra de uma empresa nos Estados Unidos. Fica somente atrás do quarto maior banco norte-americano, o Lehman Brothers Holdings, que também pediu concordata em 2008, e da segunda maior empresa de telecomunicações, a WorldCom Inc., que decretou falência em 2002 depois de uma fraude financeira.

Concordata é um recurso jurídico que uma empresa pede quando que não tem dinheiro para pagar suas dívidas e, por isso, entra em processo de falência. O juiz então determina que os credores aceitem prazos maiores, dando à indústria um tempo para se reestruturar. Se mesmo assim não honrar seus compromissos, então é decretada a falência.

A GM já havia recebido US$ 19 bilhões (R$ 36,8 bi) do pacote aprovado pelo Congresso norte-americano. E, sob concordata, receberá mais US$ 30,1 bilhões para se reerguer. Em contrapartida, o governo terá o controle inicial de 60% da companhia, podendo inclusive nomear seus principais executivos. Nesse doloroso processo, é previsto o fechamento de fábricas e demissões.

A mudança na gestão inclui a decisão de produzir os carros "verdes", menos poluentes, seguindo a linha asiática e européia. É o atestado de um erro histórico na decisão da GM de investir nos carrões, que consumiam litros de gasolina e poluíam a atmosfera. Carros elétricos, movidos a bateria, hoje são realidade, como o chinês BYD (Build Your Dreams, Construa Seus Sonhos) e o já comercializado indiano G-Wiz.

Neste início do século 21, a indústria automotora, e com ela o próprio capitalismo, passam por profundas mudanças. Países emergentes e a busca de soluções mais criativas para o mercado, o que tudo indica, irão turbinar os motores da nova economia
.

José Renato Salatiel

"Ei, Obama nacionalizou nada mais nada menos que a General Motors. Camarada Obama! Fidel, cuidado, ou nós vamos acabar à direita dele."
Hugo Chávez, presidente da Venezuela

quarta-feira, 10 de junho de 2009

UFSCar incorpora ENEM no Processo Seletivo

A nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) valerá metade da nota do vestibular da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Os outros 50% da nota virão das provas realizadas pela própria universidade.

A decisão foi tomada nesta sexta-feira (5) pelo Conselho Universitário e vale já para o próximo vestibular. Também ficou determinado que será mantido um processo próprio de inscrição no vestibular e de convocação para matrículas, ou seja, a institução não vai aderir ao sistema unificado proposto pelo Ministério da Educação.

No próximo dia 15, o Conselho de Graduação da Universidade definirá a resolução que regulamentará os detalhes do novo processo seletivo da Instituição. Mais informações podem ser obtidas pelo site www.vestibular.ufscar.br.

Placas Tectônicas


A Geologia baseia boa parte de suas explicações no movimento das Placas Tectônicas.
Duas teorias, que se complementam, foram criadas para explicar esses movimentos:

Teoria da deriva dos continentes, defendida pelo geofísico alemão Alfred Wegener, em 1912.

Teoria das placas tectônicas, que comprovou e explicou melhor a teoria da deriva dos continentes. Foi desenvolvida na década de 60 pelos geólogos americanos Harry Hess e Robert Dietz.

O vídeo abaixo ajuda a entender... afinal dizem que uma imagem vale por mil palavras. O vídeo é grandinho mais vale a pena.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Coreia do Norte desafia o mundo com armas atômicas

Os recentes testes com lançamentos de mísseis nucleares pela Coreia do Norte fazem parte de uma perigosa estratégia que, no cenário pós-Guerra fria, transformou o uso de arsenais nucleares em instrumentos de chantagem internacional.

Um dos objetivos do governo de Pyongyang, capital norte-coreana, é forçar a abertura de um canal de negociação com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para por fim às sanções econômicas que pesam sobre o regime comunista por conta de seu programa nuclear.

A tensão entre os dois países se arrasta desde 2002, quando o ex-presidente George W. Bush incluiu o país asiático no que ele chamou de "eixo do mal", junto com Irã e Iraque.

Outro motivo da provocação seria a política interna. Além de ser um dos países mais pobres da Ásia, a Coreia do Norte sofre com o isolamento político, em razão de sustentar uma ditadura nos moldes soviéticos, centralizadora e militarizada. A ameaça nuclear fortaleceria o governo do chefe do Estado, Kim Jong-il, cuja família controla o poder há meio século.

Desde o último dia 25 de maio, foram realizados um teste nuclear subterrâneo e lançados seis mísseis balísticos e de curto alcance. O resultado foi uma crise diplomática internacional e o risco de novos conflitos armados com a vizinha Coreia do Sul.

A nação socialista violou a resolução 1.718 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), órgão responsável pela segurança mundial. O documento, aprovado em 14 de outubro de 2006, condenava o programa nuclear norte-coreano por contrariar o tratado de não proliferação de armas nucleares. Desde então, a ONU vem pressionado o país para que suspenda os testes.

Essa não foi a primeira vez que os norte-coreanos desafiaram o mundo. No dia 5 de abril, a Coreia do Norte disparou um míssil de longo alcance, alegando que se tratava do lançamento de um satélite de comunicação. No entanto, o mesmo artefato poderia ser usado para carregar uma ogiva nuclear, o que provocou o endurecimento das sanções ao país.

Guerra-fria

Tanto o perigo nuclear quanto a Coreia do Norte são produtos do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Com a derrota do Eixo, o Japão desocupou a Coreia, que foi dividia em dois países, um sob o controle dos Estados Unidos (Coreia do Sul) e outro ocupado pela antiga União Soviética (Coreia do Norte).

O processo foi semelhante ao que dividiu a Alemanha por 41 anos até a queda do Muro de Berlim.

As duas Coreias travaram uma guerra entre 1950 e 1953, no auge da Guerra Fria, que terminou com um frágil cessar fogo que dura até os dias atuais. Desde o período, marcado pelo perigo iminente de um conflito nuclear, Pyongyang alimenta a ambição de desenvolver armas atômicas.

Com o fim da União Soviética e a derrocada dos regimes comunistas no Leste Europeu, o país sofreu abalos econômicos, do mesmo modo que Cuba. Sem os antigos parceiros comerciais, mergulhou num período de escassez de alimentos que, aliado aos desastres naturais, teria causado a morte de cerca de dois milhões de norte-coreanos nos anos de 1990. A Coreia do Norte possui estimados 23,5 milhões de habitantes.

Tensão na fronteira

Desde o final dos anos de 1960, nações assinam acordos para controlarem arsenais nucleares do planeta.

Atualmente, Rússia, Estados Unidos, Reino Unido, China, França, Israel, Índia e Paquistão são considerados potências nucleares. Completam a lista Coreia do Norte e Irã, que sofrem pressões e embargos para que abandonem seus programas.

Diferente da época da corrida armamentista, as bombas nucleares atuais são mais "inteligentes". Elas visam alvos estratégicos, com precisão e impacto localizado. Os testes de armamentos também são mais restritos, para evitar danos ambientais.

Os riscos, mais do que uma guerra nuclear, são de acidentes em usinas sucateadas e, principalmente, que países como Irã e Coreia do Norte repassem a tecnologia para grupos extremistas e redes terroristas, como a Al-Qaeda.

Para os vizinhos e inimigos do líder Kim Jong-il, Coreia do Sul e Japão, as intimidações são reais, pois o país tem capacidade de lançar mísseis de submarinos ou aviões. As ameaças também podem levar os governos japoneses e sul-coreanos a desenvolverem armamento nuclear, contrariando as leis internacionais que impedem a produção de mais bombas atômicas.

Até agora, tudo indica que a Coreia do Norte não seja capaz de miniaturizar uma ogiva nuclear, permitindo que seja disparada por um míssil de longo alcance que possa atingir, por exemplo, os Estados Unidos.

Saída diplomática

O Conselho de Segurança da ONU estuda novas sanções à Coreia do Norte como retaliação aos últimos lançamentos de foguetes em seu território. Porém, medidas similares não surtiram efeitos anteriormente.

Apesar de o país ter sérios problemas sociais, de abastecimento de energia e econômicos, agravados com os embargos da ONU, nada disso impediu que o governo norte-coreano levasse adiante seu programa nuclear.

Kim Jong-il alega que os testes teriam fins de defesa militar. Porém, a Coreia do Norte possui o quarto maior exército do mundo, com estimados 1, 2 milhão de soldados, munido de poderoso arsenal bélico.

Há ainda um delicado equilíbrio financeiro na Ásia, em meio a uma crise econômica mundial, que precisa ser preservado. A China, que faz fronteira e é aliada comercial e política da Coreia do Norte, é uma importante peça no tabuleiro da geopolítica internacional.

Por todos estes motivos, tanto Kim Jong-il quanto Obama tendem mais para uma conciliação e uma saída pacífica para o impasse, com o intermédio da ONU. A solução diplomática parece ser, portanto, a mais viável para a desnuclearização da Coreia do Norte e, futuramente, do Irã.