terça-feira, 31 de maio de 2011

Obama defende criação de Estado palestino


José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

O presidente Barack Obama surpreendeu autoridades ao defender, em pronunciamento no último dia 19 de maio, a criação de um Estado palestino com base nas fronteiras definidas em 1967.

Foi a primeira vez que um presidente norte-americano manifestou apoio aos palestinos nesses termos. Há décadas os árabes lutam por um Estado independente em regiões ocupadas por Israel após a Guerra dos Seis Dias.
Mas, por que os Estados Unidos aparentemente mudaram o tom nas negociações de paz entre Israel e os palestinos? Por que as fronteiras pré-1967 causam tanta polêmica?

Primeiro, é preciso entender um pouco a história do conflito no Oriente Médio. Ela se resume a uma disputa violenta por territórios e recursos naturais.

No século 19, colonos judeus foram incentivados a migrarem da Europa para a Palestina. O objetivo era constituir o Estado de Israel. Porém, os árabes já habitavam a região há séculos.

Durante a perseguição nazista aos judeus, na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o fluxo migratório se intensificou.

Em 1947, a ONU (Organização das Nações Unidas) propôs a divisão da Palestina entre árabes e judeus, em dois Estados independentes. Jerusalém, cidade considerada sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos, foi colocada sob controle internacional, para evitar conflitos. Os árabes não aceitaram o acordo e, no ano seguinte, Israel se tornou um Estado independente.

A tensão entre Israel e países árabes culminou na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Ao fim dos combates, os israelenses assumiram o controle da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, então pertencente à Jordânia, da Faixa de Gaza e da Península do Sinai, domínios do Egito, e das Colinas de Golã, território da Síria.

Os árabes que viviam nessas terras foram expulsos ou se retiraram para campos de refugiados. Os judeus, incentivados pelo governo, começaram a criar assentamentos em Gaza e na Cisjordânia.

Nos anos seguintes, ocorreram outras guerras, massacres, atentados terroristas pelo mundo e revoltas nos territórios ocupados. A Península do Sinai foi finalmente devolvida ao Egito em 1982, e a Faixa de Gaza, entregue aos árabes em 2005.

Terrorismo

A proposta de retorno às fronteiras anteriores a 1967 significa que Israel teria que desocupar os assentamentos da Cisjordânia, onde vivem cerca de 300 mil judeus (e 2,5 milhões de palestinos). E teria também que abrir mão de Jerusalém Oriental, que os palestinos querem transformar na capital de seu Estado.

Essa reivindicação das nações árabes tem respaldo na Resolução 242 da ONU, de 1967, que determina a desocupação das áreas palestinas. O documento, contudo, nunca foi seguido por Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, considera que, tanto a remoção dos assentamentos israelenses da Cisjordânia quanto a devolução de Jerusalém Oriental aos árabes - dividindo novamente a capital em duas -, colocaria Israel em risco de atentados terroristas.

Seria como alugar um quarto em casa para o pior inimigo. O argumento é de que, quando as tropas israelenses deixaram Gaza, em 2005, o Hamas passou a atirar mísseis contra o lado israelense da fronteira.

Portanto, o governo dos Estados Unidos, aliado histórico de Israel, sabe que o retorno às fronteiras de 44 anos atrás é irreal. E nem foi isso que o presidente Obama quis dizer em seu pronunciamento, repudiado pelo premiê israelense.

Na verdade, Obama defendeu a formação de um Estado palestino com base nas fronteiras acertadas pela ONU, em 1967, com ajustes à realidade atual de ambos os povos. Ou seja, os colonos judeus não teriam que efetivamente deixar as regiões ocupadas, apenas o governo teria de negociar a cessão de terras com os palestinos.

Na prática, nada mudou. A intenção do presidente norte-americano foi mais tática. O objetivo era conter a iniciativa da Autoridade Nacional Palestina de buscar na Assembleia da ONU, em setembro, o reconhecimento unilateral para o Estado palestino, isolando Israel. A posição americana visa chamar os árabes de volta à mesa de negociações com os judeus.

Em discurso no Congresso americano no dia 24 de maio, Netanyahu enfatizou sua posição contrária em relação às fronteiras de 1967. Ele também disse que Jerusalém não será dividida com os palestinos.

O primeiro-ministro citou ainda que o obstáculo para novos acordos é a aliança da Autoridade Palestina com o Hamas, grupo considerado terrorista que prega a destruição do Estado israelense.

Os empecilhos, de fato, são mútuos: do lado palestino, o radicalismo do Hamas, e do lado israelense, a insistência da direita, representada pelo premiê, de não abrir mão da "terra santa".

Direto ao ponto volta ao topo
Um pronunciamento do presidente Barack Obama no último dia 19 de maio surpreendeu autoridades no mundo e provocou reações contrárias em Israel. Ele defendeu a criação de um Estado palestino com base nas fronteiras anteriores a 1967.

Nesse ano, após a Guerra dos Seis Dias, Israel anexou a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, então pertencentes à Jordânia, a Faixa de Gaza e a Península do Sinai, domínios egípcios, e as Colinas de Golã, que faziam parte da Síria.

Desde então, os palestinos reivindicam essas terras para a formação de um Estado independente, conforme estabelecido pela ONU em 1947.

Acordos devolveram a Península do Sinai ao Egito, em 1982, e a Faixa de Gaza aos palestinos, em 2005. Mas 300 mil colonos israelenses mantêm assentamentos na Cisjordânia, e o governo de Israel considera Jerusalém - que os palestinos querem para ser sua capital - indivisível.

O discurso de Obama, na verdade, teve o objetivo de impedir que a Autoridade Palestina reivindique na ONU, em setembro, o Estado da Palestina, sem negociar com Israel. Em discurso no Congresso americano no dia 24 de maio, o premiê Benjamin Netanyahu disse que a aliança da Autoridade Palestina com o Hamas, que prega a destruição de Israel, impede a discussão de novos acordos.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pelo menos 24 universidades federais já confirmaram uso do Enem 2011 para ingresso no próximo ano

Pelo menos 24 universidades federais já diponibilizaram em seus sites informações sobre o uso da nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2011 para ingresso nos cursos com início no primeiro semestre de 2012. Em 14 instituições, o exame será a única etapa de seleção, pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada) ou por inscrição na própria faculdade. Em outras quatro, o Enem irá substituir a primeira fase do vestibular.

Duas universidades recomendam a inscrição no exame, mas informam que ainda vão decidir a forma de aproveitamento da nota. Em outros quatro processos de seleção, parte das vagas serão preenchidas pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada).

Veja detalhes na tabela abaixo:

Confira as universidades que já divulgaram como utilizarão a nota do Enem 2011

UniversidadeComo vai usar a nota do Enem 2011
Norte
Ufac (Universidade Federal do Acre)Recomenda a inscrição no Enem. Decide a forma de adesão no dia 25/5
UFPA (Universidade Federal do Pará)Vai substituir a primeira fase do vestibular 2012 pelo Enem 2011
UFRR (Universidade Federal de Roraima)Vai disponibilizar parte das vagas do vestibular 2012 pelo Sisu (20%)
Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará)Vai usar exclusivamente a nota do Enem 2011, mas não o Sisu
Nordeste
UFPI (Universidade Federal do Piauí)Vai disponibilizar todas as vagas do vestibular 2012 pelo Sisu
Ufal (Universidade Federal de Alagoas)Vai disponibilizar todas as vagas do vestibular 2012 pelo Sisu
UFC (Universidade Federal do Ceará)Vai disponibilizar todas as vagas do vestibular 2012 pelo Sisu
UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco)Vai disponibilizar todas as vagas do vestibular 2012 pelo Sisu
UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)Vai disponibilizar todas as vagas do vestibular 2012 pelo Sisu
Centro-oeste
UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)Vai disponibilizar todas as vagas do vestibular 2012 pelo Sisu
Sudeste
UFSCar (Universidade Federal de São Carlos)Vai disponibilizar todas as vagas do vestibular 2012 pelo Sisu
UFU (Universidade Federal de Uberlândia)Vai disponibilizar todas as vagas do vestibular 2012 pelo Sisu
Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo)Vai substituir a primeira fase do vestibular 2012 pelo Enem 2011
UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais)Vai substituir a primeira fase do vestibular 2012 pelo Enem 2011
UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora)Vai substituir a primeira fase do vestibular 2012 pelo Enem 2011
Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)A seleção para alguns cursos será pelo sistema misto (Enem como 1ª fase) e para outros pelo Sisu
Ufla (Universidade Federal de Lavras)Vai disponibilizar parte das vagas do vestibular 2012 pelo Sisu (60%)
UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri)Vai disponibilizar parte das vagas do vestibular 2012 pelo Sisu (50%)
UFABC (Universidade Federal do ABC)Vai disponibilizar todas as vagas do vestibular 2012 pelo Sisu
Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)Vai disponibilizar todas as vagas do vestibular 2012 pelo Sisu
Sul
UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul)Vai usar exclusivamente a nota do Enem 2011, mas não o Sisu
UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre)Vai disponibilizar todas as vagas do vestibular 2012 pelo Sisu
Unipampa (Universidade Federal do Pampa)Vai disponibilizar todas as vagas do vestibular 2012 pelo Sisu
Furg (Fundação Universidade Federal do Rio Grande)Recomenda a inscrição no Enem. Decide a forma de adesão em junho

A tendência é que com a abertura das inscrições do Enem, na última segunda-feira (23), as universidades comecem a se posicionar sobre a utilização das notas.

Enem

As inscrições terminam no dia 10 de junho e custam R$ 35. E, assim como nas outras edições, haverá isenção do pagamento da tarifa para alunos que terminam o ensino médio em rede pública.

As provas deste ano serão nos dias 22 e 23 de outubro.

Início:
23 de maio de 2011, às 10h

Término:
10 de junho de 2011, às 23h59

Onde:
Pela internet, no www.inep.gov.br/enem

Taxa de inscrição:
R$ 35 (pagamento pode ser realizado até 13 de junho)

Documentos:
É obrigatório informar o número do RG e do CPF

Fuso horário:
Horário oficial de Brasília-DF

Algumas regras seguem as mesmas no Enem 2011: estão proibidos o uso de lápis e borracha na prova e os inscritos não poderão portar relógio e celular.

"O uso de lápis e borracha não está permitido pensando nos estudantes que querem garantir a lisura do processo. Por respeito a eles, temos que coibir a possibilidade da utilização indevida desses materiais", afirma Malvina Tuttman, presidente do Inep, autarquia do MEC responsável pelo exame.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Fatah considera proposta de Obama insuficiente por não mencionar Jerusalém

O movimento nacionalista palestino Fatah qualificou nesta terça-feira como "insuficiente" a recente proposta de solução do conflito do Oriente Médio do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por não mencionar Jerusalém.

"Infelizmente, é insuficiente, já que não há menção alguma a Jerusalém. E Jerusalém é parte inalienável dos territórios palestinos ocupados desde 1967", afirmou em entrevista coletiva concedida em Moscou Azzam al-Ahmed, membro do comitê central do Fatah.

O representante palestino qualificou de "sinal positivo" a proposta de Obama, mas acrescentou que "não é a primeira vez que os EUA fazem declarações sobre a necessidade de se reconhecer o Estado palestino em suas fronteiras de 4 de junho de 1967".
Além disso, criticou o fato de o presidente americano ter se manifestado em termos totalmente diferentes na quinta-feira, ao anunciar a proposta, e no domingo, ao se reunir em Washington com um grupo de lobistas pró-Israel, segundo as agências russas.

"O conteúdo dessas afirmações (do domingo) não têm nada em comum com sua declaração anterior", avaliou o funcionário palestino após manter consultas com representantes da Chancelaria russa.

Azzam declarou que "o objetivo do governo israelense é desacelerar e abortar o processo de paz".

"Os israelenses dizem que não faz sentido falar de paz. Quem Abu Mazen (Mahmoud Abbas) representa? Mas quando nos unimos, nossa união é um obstáculo para eles", disse.

O membro do comitê central do Fatah também ressaltou que o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, transmitiu o apoio de Moscou à intenção dos palestinos de solicitar à ONU que reconheça a independência da Palestina.

O Kremlin respaldou imediatamente a proposta de Obama sobre a criação de um Estado palestino independente de Israel, segundo as fronteiras de 1967.

"Esta postura foi confirmada pelo presidente russo, Dmitri Medvedev, durante sua visita aos territórios palestinos em janeiro de 2011", afirmou Sergei Narishkin, chefe da Administração do Kremlin.

"Os palestinos têm direito a seu próprio governo e Estado" com capital em Jerusalém Oriental, ressaltou.

Obama declarou na semana passada que "o povo palestino deve ter o direito ao autogoverno, e a alcançar seu potencial em um Estado soberano e contíguo" e que "o sonho de um Estado judeu e democrático não pode ser realizado mediante uma ocupação permanente".


SITE: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2011/05/24/fatah-considera-proposta-de-obama-insuficiente-por-nao-mencionar-jerusalem.jhtm

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Unicamp utilizará as notas do Enem 2011 no vestibular deste ano

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) utilizará as notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2011 no processo seletivo deste ano, se as notas forem disponibilizadas até o dia 15 de janeiro de 2012. A utilização do resultado do exame será opcional e irá compor até 20% da nota da primeira fase do vestibular.

No entanto, as notas do Enem não serão utilizadas na classificação dos candidatos para a segunda fase, pois a Comvest (Comissão Permanete para os Vestibulares) precisaria dos dados até o dia 30 de novembro. A inclusão das notas do Enem só ocorrerá no momento de calcular as notas finais dos candidatos, após a segunda fase.

Vestibular

As inscrições para o processo seletivo 2011 da Unicamp serão realizadas entre 22 de agosto e 23 de setembro. A primeira fase será aplicada no dia 13 de novembro e a segunda etapa acontece entre os dias 15 e 17 de janeiro de 2012.

Aula sobre fontes de Energia

Aula sobre fontes de Energia

Inscrições para Enem 2011 começam em 23 de maio, às 10h

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), autarqia responsável pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), acaba de divulgar as datas de inscrição para o exame deste ano: de 23 de maio, a partir de 10h até dia 10 de junho, às 23h59. As inscrições serão feitas exclusivamente pela internet.

As inscrições vão custar R$ 35. E, assim como nas outras edições, haverá isenção do pagamento da tarifa para alunos que terminam o ensino médio em rede pública.

As provas deste ano serão nos dias 22 e 23 de outubro.

Algumas regras seguem as mesmas no Enem 2011: estão proibidos o uso de lápis e borracha na prova e os inscritos não poderão portar relógio e celular.

Enem 2012

Também foi divulgado o final de semana em que será realizada a primeira prova do Enem em 2012 -- dias 28 e 29 de abril. Segundo Malvina, haverá pelo menos duas edições do Enem no próximo ano e acrescentou: "eu sublinho o pelo menos".

Questionada se, para 2013, o Inep já planejava três ou mais edições, ela respondeu que o desejo é fazer mais de duas, mas que "primeiro é preciso [consolidar] o banco de itens". O banco de itens é um conjunto de questões testadas de acordo com as diretrizes curriculares e a TRI (Teoria de Resposta ao Item).

A presidente do Inep, Malvina Tuttmam, afirmou que o objetivo primordial do Enem está mantido: "Sua finalidade maior continua, [ele] avalia o desempenho escolar e acadêmico do [estudante do] ensino médio, porém com sua qualificação constante passa a ser usado também para outras formas [de avaliação, como ingresso no ensino superior]".

Depois dos problemas das últimas edições, a presidente do Inep disse acreditar que haverá mais segurança nesta edição como resultado da parceria do instituto com a empresa Módulo para atuar na gestão de risco e com o Inmetro para certificar os trabalhos de impressão da gráfica, que será a mesma.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

domingo, 15 de maio de 2011

Enem deve ser nos dias 22 e 23 de outubro; segunda prova fica para maio de 2012

O Ministério da Educação (MEC) confirmou hoje (12) que deve anunciar na próxima semana as datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011/2012. A edição deste ano será em outubro provavelmente nos dias 22 e 23. A outra prova deve ser marcada para maio de 2012, nos dias 5 e 6. Os técnicos do MEC trabalham nos últimos detalhes do edital que deverá ser publicado na próxima semana. Com uma prova marcada para o primeiro semestre de 2012, confirma-se a intenção do MEC em aplicar duas edições do Enem por ano.

Em 2009 o MEC deu início a um projeto de substituição dos vestibulares tradicionais pelo Enem. A partir do resultado da prova, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e podem pleitear vagas em instituições públicas de ensino superior de todo o país. No ano passado, foram ofertadas 83 mil vagas em 83 instituições, sendo 39 universidades federais.

A participação no Enem também é pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa do Programa Universidade para Todos (Prouni). Os benefícios são distribuídos a partir do desempenho do candidato no exame e podem ser integrais ou parciais, dependendo da renda da família. Para participar do programa é necessário ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou em colégio privado com bolsa integral. Em 2010, mais de 4 milhões de candidatos se inscreveram para participar do exame.

Mudanças no processo

O MEC estuda mudanças nos procedimentos nas provas do Enem deste ano. O UOL Educação apurou, na primeira quinzena de abril, que os alunos terão um tempo determinado, antes do início do exame, para verificar se há erros nos cadernos de prova. Além disso, os celulares serão “confiscados” e não poderão ficar com os estudantes.

No ano passado, houve problemas em cadernos amarelos da prova, que vieram com questões faltantes e/ou repetidas. É por isso que os alunos deverão ter um tempo neste ano para verificar e pedir a troca do caderno caso haja problema antes mesmo de começar o exame. Se o estudante não avisar, não poderá reclamar posteriormente.

O “confisco” do celular visa evitar problemas como os de 2010, no qual um repórter do Jornal do Comércio, de Pernambuco, vazou o tema da redação por mensagem de texto. Os aparelhos, estuda o MEC, deverão ser devolvidos no final da prova.

*Com informações do UOL Educação

terça-feira, 10 de maio de 2011

Como as notícias recentes podem cair no vestibular do meio de ano?

Além de cobrarem o conhecimento adquirido no ensino médio, os vestibulares podem utilizar fatos recentes - as chamadas atualidades - como "gancho" para abordar um conceito. Não são cobrados detalhes das notícias, tais como números ou acontecimentos específicos, mas sim o contexto em que elas estão inseridas, explica o professor Reinaldo Scalzaretto, do curso Anglo.

"Não terá uma pergunta do tipo 'em que país mataram o Osama Bin Laden', mas podem perguntar que mudanças podem ocorrer no contexto internacional" , exemplifica.

As provas de meio de ano, explica a professora Vera Lúcia Antunes do curso e colégio Objetivo, podem cobrar atualidades de maneira diversa. Provas maiores, como a da Unesp (Universidade Estadual Paulista), ficam prontas antes, portanto é difícil que caia algo muito recente.

Já processos seletivos mais específicos, como o da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas), ou aqueles voltados para cursos de jornalismo, como o da ESPM-SP (Escola Superior de Propaganda e Marketing), podem cobrar acontecimentos mais próximos do exame.

Apostas

A professora Vera Lúcia aponta os seguintes assuntos como apostas para os vestibulares de 2011:

Grandes temas

O professor Scalzaretto aponta três temas que são comuns todos os anos:

  • questão ambiental: "Dentro da questão ambiental tem um monte de pequenos assuntos que podem ser cobrados de maneira diferente, tais como aquecimento global, desmatamento e calota polar", diz.
  • janela demográfica: "O Brasil está chegando em um momento histórico em que vamos chegar no maior número de população ativa. Esse intervalo de hoje até 2024 é conhecido como 'janela demográfica'; é um momento em que temos um equilíbrio da população. Vários países aproveitaram isso para crescer economicamente, tais como a Coreia do Sul. A china está passando por isso e está aproveitando muito bem. É um assunto quente, difícil, complexo, e vale a pena estudá-lo", explica.
  • problemas urbanos: "Todo ano cai problemas urbanos nos vestibulares - enchentes, favelamento, deslizamento de morro, ocupação de áreas de risco etc. A partir de uma foto ou matéria de jornal, é elaborada uma questão", comenta.

Apesar de não serem cobrados detalhes factuais do noticiário, o professor recomenda a leitura de jornais, mas com sabedoria. "Vai ler jornal? Legal, mas tem que saber o que ler e como ler; a leitura tem que ser regida pelo vestibular", diz. Ele explica que o estudante deve observar as notícias que tem relação com o que é ensinado no colégio e aquelas que estão em pauta por muitos dias. "Não adianta ficar lendo duas horas sem saber o que ler", completa.


site: UOL

segunda-feira, 9 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Comissão da OEA deve 'revisar decisão' sobre Belo Monte, diz secretário-geral

Insulza cita 'autonomia' da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que pediu suspensão da construção da usina.


O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, afirmou que é provável que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) revise sua decisão sobre Belo Monte, alterando a solicitação feita ao governo brasileiro no início de abril para que paralise as obras no Rio Xingu.

"Como vai revisar eu não posso dizer, porque não estou autorizado. Espero que o faça, sinceramente", disse em entrevista à BBC Brasil. "Acho que quando falamos de algo com a envergadura de Belo Monte, as coisas provavelmente teriam que ser vistas e conversadas com muito mais calma".

Em visita ao Rio para o Fórum Econômico Mundial da América Latina, encerrado na última sexta-feira, Insulza ressaltou que a solicitação para interromper o processo de licitação e as obras de Belo Monte partiu da CIDH, órgão "completamente autônomo" da OEA.

Insulza disse ainda acreditar numa integração econômica plena na América do Sul, mas acredita que o movimento esteja basicamente nas mãos do Brasil, a quem caberia fazer "uma convocação conjunta" aos países da região.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

BBC Brasil - O governo brasileiro não gostou da solicitação feita pela OEA para que paralisasse o processo de construção da usina de Belo Monte, em defesa aos direitos humanos dos povos do Xingu. O que levou a OEA a adotar essa orientação?
José Miguel Insulza -
Em matéria de direitos humanos, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA é completamente autônoma. As decisões dessa carta que enviou ao governo do Brasil não saíram nem da secretaria-geral, nem do conselho, nem da assembleia da OEA, e sim somente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. É muito importante deixar isso claro. Não que eu esteja fugindo à responsabilidade, mas as coisas são assim. Em matéria de direitos humanos, quem fala é a comissão.

Dito isso, tenho a impressão de que o governo brasileiro apresentou alguns antecedentes e que provavelmente a comissão revise a sua decisão. Agora, como vai revisar eu não posso dizer, porque não estou autorizado. Espero que o faça, sinceramente. Acho que quando falamos de algo com a envergadura de Belo Monte, as coisas provavelmente teriam que ser vistas e conversadas com muito mais calma, essa é a minha opinião.

BBC Brasil - O Brasil respondeu ao pedido no dia seguinte, dizendo-se perplexo, e não levou a orientação em consideração. O que o senhor achou dessa reação?
Insulza -
Eu creio que era de se esperar, porque a Comissão Interamericana de Direitos Humanos faz recomendações. Nunca são ordens obrigatórias para os países. Ou seja, nenhum país estará rompendo com nenhum tratado se não fizer o que a comissão lhe pede. A comissão como tal não tem força obrigatória.

É claro que nós gostaríamos sempre que suas decisões fossem acatáveis, mas é certo que o Brasil não fez nada condenável ao não acatar a decisão. Ninguém poderia acusá-lo disso.

BBC Brasil - Além das discussões sobre Belo Monte, outras grandes obras de infraestrutura brasileiras enfrentaram problemas nos últimos meses, com revoltas dos trabalhadores por causa das más condições de trabalho. O senhor vê um risco de que empreendimentos voltados para o desenvolvimento econômico avancem sobre os direitos humanos?
Insulza -
Eu não conheço esses casos específicos. Mas há uma área na qual o terreno é realmente complicado. Quando a comissão de direitos humanos começou a atuar nesses temas, quase como um tribunal, ainda que não tenha força obrigatória, os temas de que falava eram homicídio, tortura, desaparecimento, cárcere, etc.

O surgimento dos temas ambientais e dos povos nativos abre um espaço que deve ser tratado com muito cuidado. Não creio que nenhum governo democrático tenha a intenção de criar problemas aos seus povos nativos.

Acho que o pior que se pode fazer neste caso é exacerbá-lo e tratar o tema como se um fosse a vítima, e os outros a ditadura, como ocorreu a princípio. Espero que Belo Monte sirva para calibrar bem a coisa e entender que, quando se trata de projetos dessa envergadura, a comissão pode perfeitamente chegar aos governos para dar assessoria, opiniões, mas não tratar como um tema semijudicial.

BBC Brasil - No Fórum Econômico Mundial da América Latina, falou-se com otimismo sobre o potencial de crescimento dos países da região na próxima década e sobre a importância de promover a integração em diversas áreas. O senhor vê avanços na integração da região?
Insulza -
Sempre fui um entusiasta do Mercosul. Eu acreditava que o Mercosul teria força para incorporar o resto dos países da América do Sul, como no modelo de integração europeu, onde a aliança germano-francesa foi um polo de atração para os demais países (da União Europeia).

Lamentavelmente, isso não ocorreu. Agora há o Mercosul e uma Comunidade Andina (de Nações), e alguns dias atrás anunciaram a formação da Aliança do Pacífico (composta por México, Peru, Chile e Colômbia, criada semana passada). Não sei até onde vai chegar essa Aliança do Pacífico, ainda é preciso esperar. Mas gostaria de ver uma América do Sul efetivamente integrada econômica e politicamente. Creio que há espaço no mundo para uma América do Sul plenamente integrada.

BBC Brasil - Há vontade dos países para que isso aconteça?
Insulza -
Creio que as políticas não têm identidade o suficiente. Prefere-se um discurso somente político, sem entrar no tema da integração. Mas creio que há aspectos em que se poderia avançar, como nas áreas da infraestrutura e do comércio.

O problema do comércio é que, no fim das contas, o mais atrativo em um processo de integração com a América do Sul certamente é o comércio com o Brasil. Todos querem conversar com o Brasil.

Quando eu era Ministro das Relações Exteriores no Chile, negociei o acordo de associação do Chile com o Mercosul (em 1996). De um lado da mesa se sentavam Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, e de outro o Chile. Mas no fim das contas éramos Chile, Uruguai, Argentina e Paraguai discutindo nossos interesses no mercado brasileiro. Todos entendiam que era isso o mais importante, e que o que o Chile receberia, por exemplo, os demais perderiam. Isso sim era um certo problema.

A única possibilidade seria que o Brasil tomasse, em algum momento, uma iniciativa que permitisse aumentar o mercado e fizesse uma convocação conjunta à América do Sul.

Mas à América do Sul somente, ou seja, não se pode confundir com os fóruns políticos criados mais abrangentes. Creio que integrável é a América do Sul, assim como existe uma Caricom (Comunidade do Caribe) e um Sistema de Integração Centro-Americano.

BBC Brasil - Fala-se muito no crescimento do Brasil no âmbito global, na emergência do país como potência. Que papel o país deve exercer no âmbito regional?
Insulza -
Creio que o Brasil tem as possibilidades abertas. Uma vocação latino-americana do Brasil lhe permite claramente construir isso (uma integração sul-americana), e creio que está apontando nesta direção. Também há outras alternativas, porque o Brasil é um país de recursos, envergadura e capacidade suficiente para seguir se desenvolvendo como uma potência intermediária. Já nós (os demais países) temos menos opções, temos que nos dirigir ao Brasil para essa integração.

Acho que o Brasil está na posição de poder escolher o que mais lhe convenha. E espero sinceramente que seja o polo de atração para uma integração sul-americana.

BBC Brasil - A seu ver, o governo da presidente Dilma Rousseff está comprometido com a região?
Insulza -
Pelo que a presidente diz, pelo que o (Antonio) Patriota vem dizendo, é esta a política declarada. Mas não basta ser uma atitude somente do governo, somente política, tem que ser também do resto da sociedade. Também os atores econômicos têm que querer uma presença mais substantiva na região.

BBC Brasil - O senhor considera preocupante o aumento da presença da China na região?
Insulza -
A influência da China é distinta na América do Sul e no resto da América Latina, por um motivo muito simples. A China compra o que a América do Sul produz e vai seguir comprando. Na medida em que quer manter sua taxa de crescimento, tem que crescer para dentro, e o desenvolvimento de algumas províncias vai demandar mais matéria-prima, mais energia e mais alimentos.

Isso é mercado para os sul-americanos, sem nenhuma dúvida. Há o problema com o comércio chinês de manufaturas, mas frente a isso creio que os sul-americanos têm alternativas.

Já México, Caribe e os países da América Central têm dificuldades maiores, porque dependem em grande medida da exportação para os Estados Unidos e competem com a China nisso. Na medida em que essa exportação vai ser menor, sua concorrência com a China vai ser maior. Assim, a respeito do papel da China, há duas Américas Latinas.