domingo, 20 de fevereiro de 2011

TENSÃO no MUNDO ÁRABE

UOL notícias 19/02/2011 - 20h36 http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2011/02/19/forcas-de-seguranca-abrem-fogo-e-matam-15-em-funeral-na-libia.jhtm acessando o site do UOL você terá uma mapa mostrando os dados gerais de Argélia, Líbia, Egito, Irã e Iêmen.

TRÍPOLI (Reuters) - Forças de segurança abriram fogo durante um funeral no sábado (19) na cidade de Benghazi, segunda maior da Líbia, informou a rede Al Jazeera, deixando ao menos 15 pessoas mortas

"Este não é um hospital bem equipado e esses feridos vêm em ondas. Todas as lesões são sérias, na região da cabeça, peito e abdome. São ferimentos de bala de rifles de alta velocidade", afirmou o médico.Um médico da cidade, centro dos protestos contra o líderMuammar Gaddafi que está há quatro décadas no poder, disse à rede de televisão árabe que 15 corpos chegaram ao hospital onde trabalha, além de feridos.

A organização Human Rights Watch disse que 84 pessoas foram mortas nos últimos três dias, resultado de uma intensa operação de repressão em resposta aos protestos conta o governo que procuram seguir os passos de revoltas nos vizinhos Egito e Tunísia.

Um morador da cidade disse que as forças de segurança estavam confinadas em um Centro de Comando, de onde atiradores disparavam contra manifestantes na cidade de Benghazi, que fica a mil quilômetros a leste da capital, onde o apoio a Gaddafi é tradicionalmente menor do que no restante do país.

"Eles mataram três manifestantes daquele prédio hoje", declarou a testemunha, que não quis se identificar, à Reuters.

"No momento, a única presença militar em Benghazi está confinada ao Comando Central da cidade. O restante da cidade está liberado", disse.

"Não há escassez de comida, embora nem todas as lojas estejam abertas. Os bancos estão fechados. Todos os escritórios do comitê revolucionário (governo local) e delegacias de polícia da cidade foram queimados", afirmou.

O relato não pode ser confirmado de forma independente. Uma fonte do aparato de segurança ofereceu uma versão diferente, dizendo que a situação na região de Benghazi está "80% sob controle".

Em Londres, o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, disse que tinha relatos de que armas de fogo pesadas e unidades de atiradores de elite estão sendo usados contra os manifestantes. "Isto é claramente inaceitável e horripilante", disse em um comunicado.

O jornal privado Quryna, sediado em Benghazi e que já foi ligado a um dos filhos de Gaddafi, afirmou que 24 pessoas foram mortas na cidade na sexta-feira, e que forças de segurança abriram fogo para deter manifestantes que atacavam o quartel-general da polícia e uma base militar onde armas estavam guardadas. "Os guardas foram forçados a usar balas de verdade", informou o diário.

O governo não divulgou nenhuma cifra de vítimas nem fez comentários oficiais sobre a violência.

Um grupo de 50 acadêmicos religiosos líbios apelaram pelo fim da violência. Uma cópia do libelo foi fornecida à Reuters.

Longe da região sul, a Líbia parecia calma. Na Praça Verde, no centro de Trípoli, próximo da antiga cidade murada, centenas de pessoas se reuniram portando fotos de Gaddafi e entoando "Nosso líder revolucionário!" e "Seguimos o seu caminho", relatou um repórter da Reuters.

Um jornal estatal disse que a violência é parte dos "plano sujos e das conspirações concebidas pela América e pelo sionismo e pelos traidores do Ocidente".

Observadores da Líbia dizem que uma revolta no estilo do Egito é improvável, porque Gaddafi tem dinheiro do petróleo para aliviar os problemas sociais, e ainda é respeitado em grande parte do país.

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