terça-feira, 29 de março de 2011

100 anos de Dia internacional da Mulher

O primeiro Dia Internacional da Mulher foi comemorado há 100 anos. Ele foi criado em 1910, dentro do movimento socialista, e celebrado no ano seguinte na Europa em 19 de março. A partir de 1913, a data oficial passou a ser 8 de março.

No começo do século 20, a principal reivindicação das mulheres era referente aos direitos trabalhistas e a conquista do voto feminino (adotado apenas nos Estados Unidos e no Reino Unido). Nos anos 1960 e 1970, entraram em pauta saúde, sexo e violência doméstica.

Atualmente, as mulheres podem votar em quase todos os países, ocupam cargos de liderança em empresas e governos e há leis específicas para penalizar a violência contra a mulher. Por outro lado, elas continuam ganhando menos que os homens, tendo menor representatividade política e acesso à educação.

No Brasil, o movimento feminista se consolidou na década de 1970, durante o regime militar. A violência doméstica, a participação política e a descriminalização do aborto estão entre os temas atuais debatidos pelas feministas

Temas em debate:

Violência

Atualmente, o Dia Internacional da Mulher comemora das conquistas de um século de reivindicações. O voto feminino é quase universal e as mulheres ocupam cargos antes exclusivos para homens, inclusive de lideranças políticas. A violência doméstica, que antes era considerada um assunto familiar (“Em briga de marido e mulher, quem é de fora não mete a colher”, diz o ditado popular), hoje conta com legislação específica em dois terços dos países.

Apesar disso, as mulheres continuam em desigualdade em relação aos homens. Elas ganham menos fazendo o mesmo trabalho (até 17%, segundo dados de 2008), têm menos representatividade política (em média, 18,4% no Legislativo, e apenas 17 cargos máximo do Executivo em 192 países) e menos acesso à educação – dois entre cada três analfabetos são do sexo feminino.

A violência contra a mulher ainda é rotineira em países pobres e no mundo mulçumano. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), até seis em cada dez mulheres sofrem violência física e/ou sexual durante a vida. A iraniana Sakineh Mohammadí Ahstiani se tornou símbolo dos direitos humanos depois de ser condenada a pena de morte por apedrejamento. A pena foi suspensa, mas ela continua presa.

Aborto

O movimento feminista ganhou força no Brasil nos anos 1970, em plena ditadura militar. Um caso marcante foi o assassinato da socialite Ângela Diniz pelo namorado, Doca Street, em 30 de dezembro de 1976.

No primeiro julgamento, em 1979, o réu foi inocentado por com a tese de legítima defesa da honra. Mas a pressão das feministas levou a um novo julgamento, no qual o assassino foi condenado a 15 anos de prisão.

Na segunda metade dos anos 1980 surgiram as delegacias especializadas, as primeiras da América Latina. Em 2006 foi criada a Lei Maria da Penha, que tornou mais rigorosa a punição por crimes de violência doméstica.

Hoje, uma das bandeiras do movimento feminista no Brasil é a descriminalização do aborto. Pelo menos 19 projetos sobre o assunto tramitam no Congresso. Porém, como o tema é polêmico, os parlamentares adiam ao máximo a discussão.

No campo da política, aliás, a disparidade persiste. A despeito da eleição da primeira presidente na história do país, a petista Dilma Rousseff, o Brasil ocupa o 108º lugar em relação à presença feminina nos parlamentos, num ranking de 188 nações feito pela União Interparlamentar.

Cem anos de luta pela emancipação trouxeram muitas conquistas – direito ao voto, divórcio, acesso à universidade e ao mercado de trabalho –, mas a realidade das mulheres, sobretudo em países pobres e mulçumanos, ainda é de desigualdade e discriminação.

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